UFJF lamenta a perda de um de seus mais importantes alunos: Itamar Franco
“A Universidade perde um de seus mais brilhantes alunos. Deixa um vazio muito grande na cidade, na Universidade e no estado. O país perde uma figura que deixou um legado de cidadão público, ético e social. É um momento de muita tristeza para todos. Para mim, particularmente, é uma perda irreparável.”
Com essas palavras, o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), professor Henrique Duque, lamentou a morte do ex-presidente Itamar Franco e prestou homenagem ao homem público que ajudou a escrever a história da UFJF e da democracia no país.
Vínculo histórico com a UFJF
Itamar Franco tem um vínculo histórico com a UFJF. Formou-se nessa instituição em 1955, em Engenharia Civil e participou, durante a graduação, do Diretório Acadêmico (DA) da Faculdade de Engenharia e também da liga de basquete. Fez parte, posteriormente, da comissão de planejamento urbanístico, que analisou desde a escolha do local do campus até o acompanhamento dos trabalhos dos outros arquitetos e lembrou, em um das visitas à UFJF, que foi uma grande luta para a construção da Universidade em Juiz de Fora, destacando seus esforços para que ela alcançasse o destaque que possui entre as melhores instituições públicas do país.
Em uma das visitas ao campus, Itamar lembrou que Juscelino Kubitscheck, ao criar a UFJF, dizia que a universidade no interior precisava romper os muros e se envolver com a comunidade e é exatamente este o trabalho que a atual gestão vem realizando.
O político doou todo o acervo do Instituto Itamar Augusto Franco (IIAF) à instituição, em 17 de janeiro de 2008, para promover o estudo museológico e musiográfico do acervo, a fim de facilitar sua integração com o público.
Em novembro de 2008 foi realizada também a exposição fotográfica “Ideal e ideias de um grande estadista”, em homenagem ao político, que conta um pouco sua história. A exposição foi feita pelo fotógrafo Roberto Dornellas e, na abertura, em 14 de novembro de 2008, Itamar esteve presente junto à filha Fabiana e diversos políticos e autoridades importantes do cenário nacional. O ex-presidente não teve tempo de visitar a exposição após a solenidade, porém, esteve no prédio da Reitoria quatro dias depois, em 18 de novembro de 2008, observando as fotografias e conversando com alunos que passavam pelo saguão da Reitoria, onde as fotos foram expostas.
“O fotógrafo Roberto Dornelas conseguiu trazer muitas recordações de volta e me fez resgatar momentos que já estavam adormecidos e que trazem à tona muita coisa feita pelacidade e que, às vezes, as pessoas esquecem em função da velocidade da vida”, disse Itamar, que também se expressou sobre a importância das universidades na vida pública do país e lamentou ainda a atual conjuntura das instituições de ensino superior, onde não mais se encontra, segundo ele acreditava, um espírito revolucionário e participativo como antigamente.
“Honestidade e lealdade”
“Aristóteles, na Grécia Antiga, saiu às ruas procurando por uma pessoa honesta, e não encontrou. Se tivesse vindo a Juiz de Fora, encontraria Itamar Franco. A cidade perde um pouco de sua identidade, mas ele deixa para nós, amigos e para todo o país, um exemplo de honestidade e lealdade”, afirma o fotógrafo Roberto Dornelas.
O amigo de Itamar, Joaquim Castelões, afirmou, na ocasião: “Eu o defino como patriota, palavra que há muito não se ouve. Ele sempre foi defensor dos interesses nacionais, não transige, não negocia e não se submete. Dotado de um espírito público ímpar, dedicou a sua vida pela luta do interesse coletivo. Tem uma trajetória de homem público que orgulha a todos”. O então diretor da Faculdade de Engenharia da UFJF, professor Júlio Teixeira, afirmou que “a Faculdade tem Itamar como exemplo de retidão e valores”.
“Era outra História - Política Social do Governo Itamar Franco”
A Editora da UFJF, em co-edição com a Fundação Astrogildo Pereira, lançou em 1º de julho de 2009 o livro “Era outra História - Política Social do Governo Itamar Franco”, de autoria de Denise Paiva. O livro mostra como o governo de Itamar inaugurou um novo contexto da política social, dando vez e voz à sociedade civil e fortalecendo a governabilidade em um período delicado, no qual havia se retomado recentemente a democracia. Para desenvolver a presente obra, a autora dedicou dois anos a um intenso trabalho de pesquisa, entrevistas e análise de documentos da época.
“Perde Juiz de Fora, perde Minas Gerais, perde o Brasil. Itamar marcou a vida pública pela simplicidade, coragem, ética e competência, sempre procurando o bem comum”, afirma o amigo e político Marcelo Siqueira.
Fonte: www.ufjf.br
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