segunda-feira, 25 de abril de 2011

Rodovia JK

Obra na BR-040 marca o retorno do tradicional pão com linguiça

Uma importante página da história, da economia e da culinária de Minas começou a ser resgatada. A obra da nova Lanchonete Belvedere, mais conhecida como Pão com Linguiça, foi iniciada, às margens do km 590 da BR-040, e deve ser concluída em setembro. O empreendimento, orçado em R$ 1,5 milhão, está sendo erguido a dois quilômetros do antigo imóvel, que funcionou, de 1957 a 2010, próximo à cabeceira do macabro Viaduto Vila Rica, apelidado de Viaduto das Almas. O local ocupará 13 mil metros quadrados, dos quais 680 metros abrigarão a lanchonete. O restante da área será destinada ao estacionamento de veículos da fiel clientela e à construção de um posto de combustível.

A Belvedere entrou para a história de Minas em 01º de fevereiro de 1957. Naquela manhã, a lanchonete foi palco da cerimônia de inauguração da BR-3. A solenidade foi conduzida pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek (1902-1976) e pelo governador Bias Fortes. A antiga rodovia, cujo nome mudou para BR-040 na década de 1970, ligou Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, então capital da República – Brasília seria construída em 1961.

O presidente mais bossa-nova do país inaugurou a BR-3 na lanchonete por considerar o Vila Rica o trecho mais charmoso da rodovia. Porém, o tempo mostrou que o viaduto, estreito e erguido em curva, entrou para a história como um dos trechos mais macabros da malha viária nacional: pelo menos 200 pessoas morreram na ponte, segundo estimativa da Associação dos Caminhoneiros do Brasil. A Belvedere fechou as portas, na noite de 26 de outubro de 2010, no mesmo horário em que o Vila Rica era substituído pelo Viaduto Márcio Rocha Martins. A inauguração do novo elevado obrigou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a desviar a estrada em quatro quilômetros, justamente no trecho em que funcionava a lanchonete.

A meta do proprietário, Inácio de Santana, de 62 anos, é dobrar a venda diária de sanduíches por dia. Se a previsão se confirmar, apenas a iguaria será responsável por um faturamento mensal de R$ 315 mil.


Inácio de Santana, que, apesar de ter estudado somente até a quarta série do ensino fundamental, conseguiu registrar o carro-chefe de seu estabelecimento na culinária mineira. Em 2010, ele vendia, em média, de oito a 10 toneladas de linguiça por mês. A quantidade lhe permitiu servir 1,5 mil sanduíches por dia ao preço de R$ 3,50 cada. “Vamos passar a negociar o dobro. Continuaremos abertos 24 horas e faremos o próprio pão e a linguiça.” Caso mantenha o pão com linguiça a R$ 3,50, ele vai faturar, por dia, R$ 10,5 mil, na hipótese de vender as 3 mil unidades planejadas. Já o faturamento mensal chegará a R$ 315 mil, enquanto o anual baterá na casa dos R$ 3,8 milhões.
Fonte: www.uai.com.br

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