quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Estrada União e Indústria (MG 874)
Usuários reclamam de abandono
Estreita, com asfalto precário, pouca sinalização, sem acostamento em vários pontos e com restritas áreas de ultrapassagem. É assim que usuários e moradores do entorno da antiga estrada União e Indústria classificam uma das vias de maior importância histórica para o país, por ter sido a primeira pavimentada. Os problemas se acumulam na rodovia que liga Juiz de Fora a Petrópolis (RJ) e está cada dia mais abandonada por motoristas que temem pela segurança. O trecho da estrada localizado no perímetro urbano do município, entre os bairros Vila Ideal e Retiro, também apresenta múltiplas deficiências, expondo condutores e pedestres a riscos.
Segundo especialistas em transporte e trânsito, a difícil situação da rodovia começou desde que a BR-040 foi construída, em meados de 1980. Desde esta época, há problemas burocráticos e discordância entre União e Estado a respeito da responsabilidade e administração da via, que ficou fora das prioridades, principalmente pelo crescente uso da 040. “É preciso cuidar da União Indústria e dar a ela o valor que merece. Parte do seu traçado pertence hoje à Estrada Real. Não se pode fazer intervenções neste trecho histórico, mas pode-se reforçar a sinalização e cuidar da pavimentação para torná-la mais atraente e segura”, avalia o especialista em trânsito Mário Augusto Jacometti.
Segundo ele, toda a malha viária do trecho mineiro, que começa na altura de Paraibuna, está muito sacrificada e com sinalização deficiente. “Trata-se de uma estrada sinuosa demais, com mais de 150 anos. Requer uma sinalização muito boa, principalmente de Simão Pereira até a Ponte de Paraibuna.”
Obras
Um trecho de 12 quilômetros da União Indústria, entre os trevos do Bairro Retiro e o município de Matias Barbosa, será recuperado até o final de dezembro, segundo a assessoria de imprensa do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). Os trabalhos de correção das irregularidades do pavimento começaram em setembro. Também será realizado um reforço na sinalização da área, com troca de placas de difícil visualização ou enferrujadas e instalação de outras em pontos considerados importantes pelo DER. O restante do trecho mineiro da União Indústria ainda não tem data de recuperação. De acordo com a assessoria do DER, há expectativa de inclusão dos quilômetros nos projetos de recuperação de estradas no ano que vem.
Justiça manda recuperar trecho fluminense da via
Quem gosta de utilizar a União Indústria, com a intenção de desfrutar da paisagem que acompanha o traçado, lamenta os transtornos. “O asfalto está péssimo. A gente, em muitos trechos, precisa ficar atento demais para não perder um pneu”, ressalta o advogado Paulo César Siqueira de Machado, 42 anos. Segundo ele, sua esposa é apaixonada pelas montanhas do trajeto e, por isso, a família sempre faz “um esforço grande” ao transitar pela União Industria para chegar até a casa da sogra, em Petrópolis.
O balanceiro da empresa de concretagem Top Mix, localizada às margens da via, Francisco José de Oliveira, 51, utiliza a estrada todos os dias para chegar ao trabalho. Ele lamenta, entretanto, a sinalização. “Há curvas muito perigosas que precisariam estar indicadas corretamente.”
Na altura do Bairro Campo Alegre, a maioria das reclamações também está relacionada à falta de placas. A dona de casa Sebastiana Inácia de Paula, por exemplo, arrisca-se para chegar até o ponto do ônibus urbano, que a leva a outras localidades todos os dias, e também na hora de levar o filho na Escola Municipal Menelick de Carvalho. “Há um fluxo grande nestas regiões. Por que não sinalizam e evitam acidentes, como os que vivem acontecendo aqui?”
Com má conservação, via está subutilizada
O Ministério Público Federal (MPF) de Petrópolis (RJ) obteve, na Justiça, a condenação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) do Estado do Rio de Janeiro para recuperação da União Indústria entre o município e Três Rios (RJ). A justificativa foi a “extrema precariedade do trecho”, o que torna os “acidentes constantes”, como está no processo da 2ª Vara Federal.
O Dnit e a União foram condenados a assumir imediatamente a gestão da via. Por meio de liminar, deverão, no prazo máximo de dois meses, entregar os projetos de recuperação inicial de cada trecho, com cronograma de obras. Uma vez aprovados os projetos, eles devem ser cumpridos conforme o previsto, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Fonte: Tribuna de Minas
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