Uma família de 17 integrantes chegou ao Rio de Janeiro em 1922, na terceira classe do “Re d’Italia”. Eram ucranianos, genericamente russos, mas, sobretudo, judeus. O patriarca, Joseph Bloch, tivera uma gráfica em Kiev, chegara a imprimir o dinheiro do efêmero governo de Kerenski. Decidira tentar inicialmente os Estados Unidos, mas a cota de imigrantes para aquele país estava fechada, a alternativa foi vir para o Brasil.
Chegaram praticamente sem nada, depois de enfrentar os horrores da Primeira Guerra, as perseguições do czar e a opressão dos bolcheviques.
Aos poucos, a pequena gráfica de Joseph foi transformada por seus filhos - em especial, o caçula Adolpho - num império de comunicações, que começou com a revista Manchete e chegou a incluir, em seus dias de glória, emissoras de rádio e tevê, gráfica, editora de livros e dezenas de publicações periódicas.
O livro;
“Os Irmãos Karamabloch” (Companhia das Letras, 344 páginas).
Para escrever o livro, Arnaldo Bloch pesquisou durante sete anos, foi a Jitomir e Kiev, entrevistou muita gente e foi testemunha da etapa final de um império da comunicação que teve ascensão e queda.
O autor:
Arnaldo Bloch
Nasceu em 1965 no Rio de Janeiro, onde vive. Escritor e jornalista (Eco/URFJ), foi repórter da revista Manchete e correspondente em Paris. Trabalha desde 1993 no jornal O Globo, onde tem uma coluna semanal.
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