domingo, 5 de julho de 2009
Fluminense F.C.
Suas dúvidas respondidas por Fred,
Por que voltou ao Brasil?
Como foi o reencontro com Parreira?
Tem mágoa do Cruzeiro?
Vai lutar pela camisa 9 da seleção?
P: Há cerca de um ano, você afirmou em uma entrevista na ESPN que não voltaria a jogar no Brasil tão cedo. O que o fez mudar de ideia e firmar um contrato longo com o Fluminense?
R: Saudade e carinho. A vontade de ficar no Brasil novamente e sentir o calor da torcida nos estádios, nos treinamentos e até nas ruas foi determinante para isso. Acho que nem tudo na vida é dinheiro e, por isso, resolvi voltar. Acho que o respeito e a consideração que todo o pessoal do Fluminense e também da Unimed tiveram comigo foram fundamentais para a minha volta. Me senti valorizado e reconhecido. Isso, para qualquer ser humano, é importante.
P: O que deu errado na negociação com o Atlético de Madrid, que parecia quase certa?
R: Essa parte da negociação quem cuida é o meu irmão, Rodrigo. Eu me preocupo com jogar futebol e fazer gols. Quando existe uma negociação no futebol, tudo pode acontecer - e cada parte vai fazer o que for melhor para o seu lado.
P: No Lyon, você começou jogando ao lado de Benzema. O que o fez perder espaço no time francês?
R: Há dois anos, o presidente do Lyon vinha tentando renovar o meu contrato, mas eu não demonstrei interesse. A partir de então, comecei a sofrer algumas restrições. Mas isso já passou e o que importa agora é pensar no time do Fluminense.
P: O que fez os dirigentes do Lyon aceitarem sua transferência depois de tanta resistência em te liberar?
R: Chegamos a um acordo. Eu não queria ficar mais no clube e eles decidiram que o melhor para todos os lados era a minha saída. Não era interessante para nenhum de nós eu ficar no clube contra a minha vontade.
P: Você ficou magoado com o fato de o Cruzeiro, equipe que você demonstrou interesse em defender, não ter se esforçado para contar com seu futebol?
R: É difícil falar em mágoa quando se trata do Cruzeiro. Respeito o clube e a sua torcida por tudo que fizeram comigo. Sempre ficarão marcados na minha vida. Acho que estávamos com ideias diferentes no momento e, por isso, não nos acertamos. Faz parte do futebol. Bola para frente e que todos nós sejamos felizes. Graças a Deus, encontrei o Flu e estou me sentindo muito bem tratado.
P: Após todos estes anos na França, você sentiu muitas dificuldades em se readaptar ao futebol brasileiro?
R: Não. Claro que existem algumas diferenças normais a serem ajustadas, mas voltei para casa e aqui estou muito feliz. Quando se trabalha com felicidade e vontade de vencer, tudo fica mais fácil. Parece que estou reiniciando a minha subida do júnior para o profissional. Além disso, todo o apoio e a competência da comissão técnica, fisioterapeutas, preparadores físicos e médicos do Fluminense tornou essa adaptação mais "light". Tudo aconteceu de uma maneira natural.
P: Você encontrou alguma diferença técnica no futebol brasileiro em relação a quando você foi para a Europa, em 2005?
R: Sim. Acho que a cada dia conseguimos melhorar mais o nível técnico do nosso futebol. Os jogadores de qualidade não ficam concentrados somente nos chamados clubes grandes, mas praticamente todas as equipes que estão na elite do país têm elencos de qualidade.
Acredito que isso se dá por conta da nova mentalidade dos nossos dirigentes, que passaram a investir mais na qualidade dos treinamentos e nas categorias de base. Melhorou, mas temos muito a evoluir ainda. Porém, dentro de campo, o Brasil continua insuperável.
P: Qual campeonato é mais difícil: o Brasileiro ou Francês?
R: Acredito que cada campeonato tenha a sua particularidade. Porém, acho o Campeonato Brasileiro mais difícil. Nunca temos apenas um ou dois candidatos ao título e sempre existem as chamadas "surpresas" durante a competição.
Outro ponto que valoriza a Série A é que não existe um clube com vários títulos a mais que os outros rivais, como temos na Europa, no geral. Isso mostra o equilíbrio e a força do nosso futebol. Além disso, sempre temos as revelações ao longo da temporada e a qualidade técnica do brasileiro é insuperável. Podemos tomar como exemplo a primeira rodada. Foi um show e, logo de início, já tivemos grandes jogos e momentos de muita emoção. Uma dessas partidas foi a nossa que, graças a Deus, conseguimos vencer. Estrear vencendo o São Paulo, que é o atual tricampeão, enche de moral todo o grupo.
Fonte: www.fourfourtwo.com.br
Colaboração: Alexandre Magno Barreto Berwanger
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