domingo, 24 de maio de 2009

Coisas de Minas...

Lacerda decide vender residência oficial do prefeito Márcio Lacerda (PSB) decide vender construção usada como residência oficial, na Pampulha, e abre caminho para PBH se desfazer de imóveis ociosos do município que estão sendo levantados.
O último a viver ali foi Pimenta da Veiga (PSDB). Os prefeitos que o sucederam optaram por não ocupá-la. Em outubro de 1998, no governo Célio de Castro, foi transformada em um centro municipal de estudos administrativos. Durou poucos meses. A ideia não prosperou. Está fechada a casa que desde 1946 hospeda os prefeitos da capital e em 1977 chegou a ser cedida por decreto municipal para a Secretaria de Estado de Segurança Pública: seria residência oficial do secretário. Hoje sem função, a residência oficial do prefeito, na Pampulha, tem custo de manutenção anual de R$ 66,9 mil. Será vendida. A determinação do prefeito Márcio Lacerda (PSB) é o primeiro passo para se desfazer de uma coleção de imóveis ociosos, alguns ocupados ilegalmente, que neste momento estão sendo listados e avaliados.
A um quarteirão do Museu de Arte da Pampulha, de frente para a lagoa, a casa foi construída em 1944 em um terreno de 1.480 metros quadrados. Além do acesso pela Avenida Otacílio Negrão de Lima, os prefeitos que ali moraram um dia puderam entrar e sair pela Avenida dos Estados, driblando eventuais visitas inconvenientes, que se anunciavam pela entrada principal. Exceção a um painel de azulejos, no jardim, pintado por Guignard, nada há na arquitetura da casa que sugira traços da ousadia do modernismo de Oscar Niemeyer. São 353 metros quadrados de área construída: quatro quartos, dos quais duas suítes, nove banheiros, uma sala de visitas conjugada, uma sala de lareira, uma sala de jantar, uma cozinha, adega, despensas, além de área de serviço, todos os cômodos pequenos, o que torna o projeto quase um “labirinto”. Na área de lazer há uma piscina, uma quadra de peteca e uma churrasqueira. O acabamento, no geral, não é luxuoso.
Hélio Garcia foi nomeado prefeito pelo então governador Tancredo Neves. Assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte entre 12 de abril de 1983 e 14 de agosto de 1984. Hélio, que era também vice-governador, deixou o cargo quando Tancredo renunciou para disputar o colégio eleitoral, que o elegeria presidente da República. Após Hélio Garcia, dois outros prefeitos nomeados, um deles “relâmpago”, chefiaram a cidade, contudo, sem ocupar a residência oficial: Antônio Carlos Flores Carone (14/8/1984 a 23/8/1984) e Ruy Lage (23/8/1984 a 1/1/1986). Diferente de Carone e Lage, ambos nomeados e com curto mandato, Sérgio Ferrara, eleito em 1985, tomou posse em 1ª de janeiro de 1986 e mudou-se para a residência oficial. De lá saiu ao concluir o mandato, quatro anos depois. Assim como Hélio Garcia, o vice de Ferrara, o então deputado federal Álvaro Antônio, manteve a cadeira em Brasília, numa prática à época corriqueira, de acúmulo de cargos.
Sem morador Sérgio Ferrara foi sucedido pela oposição. Pimenta da Veiga foi empossado em 1° de janeiro de 1989. Morou na residência oficial da Pampulha por um ano e três meses. Em 1º de abril de 1990, renunciou para concorrer ao governo de Minas. Não se elegeu. O vice-prefeito, Eduardo Azeredo, assumiu o governo municipal, mas não se mudou para a residência oficial. Nesse sentido, inaugurou uma tradição. Patrus Ananias (1993-1996) e o seu vice, Célio de Castro, que se elegeria para o mandato de 1997-2000, preferiram manter o curso da vida em seus respectivos apartamentos. Reeleito em 2000, Célio de Castro se afastaria do cargo no ano seguinte, vitimado por um aneurisma. O seu vice, Fernando Pimentel, que por seu turno seria eleito quatro anos depois, tampouco frequentou a residência oficial.

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