quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Aeroporto

IPATINGA-MG - A Usiminas convocou uma entrevista coletiva para a tarde da última terça-feira (09/12) com o objetivo de confirmar a informação de que o novo aeroporto da empresa será construído em Revés do Belém, distrito de Bom Jesus do Galho, a 30 quilômetros de Ipatinga. O diretor de Desenvolvimento da Usiminas, Márcio Janot Pacheco, explicou os motivos que levaram a empresa a escolher o local. Foram pesquisadas 100 áreas inicialmente e apenas 17 foram selecionadas. O principal quesito para a opção por Revés do Belém foi a topografia plana. "Fomos nessas 17 localidades e fizemos estudos com GPS e nos deparamos com uma grande dificuldade, porque é difícil encontrar terrenos planos em nossa região, onde a topografia é acidentada, com montanhas e morros. E só encontramos uma área adequada para isso em Bom Jesus do Galho, ao lado do Parque Estadual do Rio Doce, terreno que pertence à Cenibra. Além disso, tínhamos que seguir outras questões, como ter no máximo 30 quilômetros de distância do Vale do Aço para não ficar muito longe para as pessoas. Pela lei, tinha que ficar a, no mínimo, 50 quilômetros de Governador Valadares, porque lá já tem um aeroporto. E ainda tinha que ter 16 quilômetros a mais de espaço na cabeceira de cada pista, sem morros", disse. Na construção do novo aeroporto, a Usiminas vai contar com as obras de asfaltamento do programa ProAcesso do governo estadual, que já está asfaltando a estrada desde a ponte metálica até Córrego Novo. O futuro terminal aeroviário será maior e mais moderno que o atual, localizado no município de Santana do Paraíso. Além de ter uma maior capacidade de vôos domésticos, o aeroporto terá ampliada a capacidade de transporte de cargas da Usiminas, que vai aumentar sua produção em 5 milhões de toneladas de aço com a construção de mais uma unidade de produção siderúrgica em Paraíso, em 2009. Para Márcio Janot, o terminal aeroviário de Revés do Belém vai suprir a demanda de vôos que tende crescer com a expansão da Usiminas, da Cenibra e da ArcelorMittal. Em 2003, 80 mil pessoas utilizavam o aeroporto. As previsões da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para 2008 são de 125 mil passageiros. Em 2012, esse movimento deve ser de 350 mil usuários. A capacidade do novo aeroporto é de 360 mil passageiros por ano. "Hoje o aeroporto atende só em 13% à Usiminas. O restante é demanda de outras empresas e da comunidade. E se não fosse esse projeto de um novo terminal, teríamos que reformar a pista do atual porque ela já tem rachaduras, pois já não está aguentando mais o excesso de peso das aeronaves", comentou. O novo aeroporto terá uma pista de 2,6 km de extensão. A atual tem apenas 2 km, pouco mais que a do aeroporto de Congonhas (SP), com 1,7 km. O terminal de passageiros do aeroporto de Revés do Belém vai contar com 4.800 m2 - o de Santana do Paraíso tem apenas 800 m2 -, com dois andares, sendo que no primeiro ficarão a sala de embarque, sala de desembarque de bagagens, praça de alimentação com lanchonete e restaurantes, área para circulação com lojas, sala para a Polícia Federal, Polícia Militar, Juizado de Menores e um local previsto para a alfândega, no futuro. No segundo pavimento estarão as salas administrativas do terminal. "O aeroporto é de primeira categoria, tanto do lado comercial como no turístico. Vai conseguir receber o Boeing 737 com capacidade para 180 passageiros. Vai atender à região por, no mínimo, mais 20 anos e acho que é para mais". Márcio Janot disse ainda que o aeroporto da Usiminas só será desativado quando o novo estiver pronto. As obras do novo terminal começam em dezembro deste ano e o seu funcionamento está previsto para agosto de 2009. A Usiminas vai custear totalmente o projeto. Obras Segundo Janot, para o início das obras, faltam apenas alguns procedimentos burocráticos e entendimentos com órgãos ambientais. A Usiminas está buscando o licenciamento ambiental com a Fundação> Estadual do Meio Ambiente (Feam). No dia 15, os documentos do estudo dos impactos da obra serão apresentados. Os diretores da siderúrgica também estão conversando com o Instituo Estadual de Florestas (IEF), que é o responsável pelo Parque Estadual do Rio Doce. No dia 22, o órgão vai apreciar o projeto do novo aeroporto. "Até o final do ano todas esses detalhes devem estar concluídos. As reuniões que tivemos foram positivas e todos entenderam que o projeto é importante para a região e que a Usiminas vai ajudar na preservação ambiental", afirmou. Um consultor em assuntos aeroportuários está acompanhando o processo legal para a aprovação da obra junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Terreno O diretor de Desenvolvimento da Usiminas explicou outras questões sobre a aquisição do terreno e a construção do aeroporto, essenciais para que a obra saia do papel. "A Usiminas está comprando 420 hectares da Cenibra. De onde será o aeroporto até o rio Doce, estamos comprando também, mesmo sem precisar, para garantir que não haja loteamentos no futuro. Ao longo do rio, a Usiminas vai recuperar o local com o plantio de mata ciliar em 4 km a pedido do IEF, para refazer a proteção natural. Já os terrenos que estão do outro lado do Rio, que são da Cenibra, também, nós vamos buscar um entendimento para que ela não venda para terceiros, para evitar habitações. E ainda estamos acordando com o prefeito de Bom Jesus do Galho, Aníbal Borges, para que ele garanta através de legislação a proibição de construções, como chaminés, matadouros e outros, próximo ao local", explicou Janot. Ele afirmou também que não haverá desapropriações em Revés do Belém. Fonte: Jornal Vale do Aço

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