sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Literatura

Livro retrata história de Juiz de Fora 

Uma relíquia da história de Juiz de Fora acaba de ser relançada. 
Um álbum do município feito em 1915 pelo jornalista, ator, teatrólogo e fundador da Academia Mineira de Letras, Albino de Oliveira Esteves. O livro, com mais de 500 páginas, traz fotos e informações da época. Um retrato da cidade no início do século XX.
Edição de luxo, com capa de couro e inscrições douradas, compõem o primeiro álbum de Juiz de Fora. Ao que se sabe, existem apenas duas delas na cidade. O livro traz a história do município até 1915, ano em que foi lançado.
As 550 fotografias ilustram o que contam os textos de letras miúdas e escrita arcaica. Um prato cheio para estudantes e pesquisadores, mas de difícil acesso. Pensando nisso o fotógrafo e professor universitário Sérgio Neumann decidiu recuperar e relançar o álbum, o mais próximo possível do original. "Primeiro tinha que fazer as fotos, depois os textos" afirma.
Foram quase dois anos de trabalho, que recebeu o apoio da Lei Murilo Mendes e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Um resgate da história que encanta até quem é parte importante dela. "Isso tem que ser popularizado, nós temo que guardar essa cidade que residirá no âmbito íntimo de cada um de nós juizforanos", afirma o artista plástico Carlos Bracher.
Olhando com atenção, o artista encontra na foto de 1889 a casa, conhecida como o "Castelinho dos Bracher", onde ele nasceu e cresceu. Mas hoje a vista do mirante do bairro São Bernardo não permite uma visão tão ampla.
Em 93 anos, Juiz de Fora cresceu, ganhou grandes prédios, muitos veículos, transformou-se na maior cidade da zona da mata. "Tivemos perdas significativas do ponto de vista ambiental e cultural, mas em geral esse desenvolvimento proporcionou a cidade a ser de médio porte, a ter ascendência do ponto de vista regional, mas poderia ser melhor", comenta o coordenador do curso de arquitetura da UFJF, Júlio Sampaio.
"Sem história a gente não é nada. Somos o passado. O presente vem com o passado. Para nosso entendimento de quem somos, de onde viemos, nossas pregressividades, sejam humanas principalmente, e sejam ambientais, estruturais, dos acontecimentos das memórias, dos momentos, isso é que faz o homem", ressalta Bracher.
Seiscentos exemplares do álbum do município de Juiz de Fora serão distribuídos gratuitamente a escolas e bibliotecas públicas da cidade. Outros 400 estão sendo vendido na livraria da UFJF, no Museu de Arte Moderna Murilo Mendes. O preço é R$120,00.

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