Livro retrata história de Juiz de Fora
Uma relíquia da história de Juiz de Fora acaba de ser relançada.
Um álbum do município feito em 1915 pelo jornalista, ator, teatrólogo e fundador da Academia Mineira de Letras, Albino de Oliveira Esteves. O livro, com mais de 500 páginas, traz fotos e informações da época. Um retrato da cidade no início do século XX.
Edição de luxo, com capa de couro e inscrições douradas, compõem o primeiro álbum de Juiz de Fora. Ao que se sabe, existem apenas duas delas na cidade. O livro traz a história do município até 1915, ano em que foi lançado.
As 550 fotografias ilustram o que contam os textos de letras miúdas e escrita arcaica. Um prato cheio para estudantes e pesquisadores, mas de difícil acesso. Pensando nisso o fotógrafo e professor universitário Sérgio Neumann decidiu recuperar e relançar o álbum, o mais próximo possível do original. "Primeiro tinha que fazer as fotos, depois os textos" afirma.
Foram quase dois anos de trabalho, que recebeu o apoio da Lei Murilo Mendes e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Um resgate da história que encanta até quem é parte importante dela. "Isso tem que ser popularizado, nós temo que guardar essa cidade que residirá no âmbito íntimo de cada um de nós juizforanos", afirma o artista plástico Carlos Bracher.
Olhando com atenção, o artista encontra na foto de 1889 a casa, conhecida como o "Castelinho dos Bracher", onde ele nasceu e cresceu. Mas hoje a vista do mirante do bairro São Bernardo não permite uma visão tão ampla.
Em 93 anos, Juiz de Fora cresceu, ganhou grandes prédios, muitos veículos, transformou-se na maior cidade da zona da mata. "Tivemos perdas significativas do ponto de vista ambiental e cultural, mas em geral esse desenvolvimento proporcionou a cidade a ser de médio porte, a ter ascendência do ponto de vista regional, mas poderia ser melhor", comenta o coordenador do curso de arquitetura da UFJF, Júlio Sampaio.
"Sem história a gente não é nada. Somos o passado. O presente vem com o passado. Para nosso entendimento de quem somos, de onde viemos, nossas pregressividades, sejam humanas principalmente, e sejam ambientais, estruturais, dos acontecimentos das memórias, dos momentos, isso é que faz o homem", ressalta Bracher.
Seiscentos exemplares do álbum do município de Juiz de Fora serão distribuídos gratuitamente a escolas e bibliotecas públicas da cidade. Outros 400 estão sendo vendido na livraria da UFJF, no Museu de Arte Moderna Murilo Mendes. O preço é R$120,00.
Nenhum comentário:
Postar um comentário