segunda-feira, 23 de junho de 2008

1964: Esquerdas aderiram à luta armada

Heitor Reis *
"Um dos grandes mitos que assombram a cultura política brasileira é o de que as esquerdas que aderiram à luta armada e ao terrorismo queriam apenas o fim da ditadura e a democracia." (Reinaldo Azevedo em A democracia “deles”, 24/05/2008:
Diz o Millor que democracia é quando eu mando e tu obedeces. E que ditadura é exatamente o contrário!... Para melhor compreensão da realidade, devemos distinguir fatos de suposições. A única coisa que acaba com mitos é a verdade dos fatos. Assim, é a eles que vou me ater. As Forças Armadas (FA), a serviço dos grandes empresários nacionais e estadunidenses, não quiseram aplicar a lei que rege o processo democrático para impedimento do presidente da República. Vale a pena ver como se desenvolveu esta tratama, registrada na Wikipedia sob o título "Operação Tio Sam": Deram um golpe de Estado, alegando que tinham provas de que seria implantada uma ditadura de esquerda, caso não implantassem, eles próprios, uma de direita, com o fim contraditório de defender a democracia. Tanto que censuraram a mídia, fecharam o Congresso Nacional, seqüestraram, prenderam, torturaram e assassinaram, velada ou explicitamente, qualquer um que deles discordasse, julgado ou não em um rito sumário e sem direito à ampla defesa. E defendiam com o coturno na boca de quem duvidasse, que isto era democracia de fato, já que o povo brasileiro tinha ido às ruas com apoio da Igreja Católica e a supostamente justa OAB - Ordem dos Advogados do Brasil, apoiando o golpe que infrigia a legislação em vigor. Jamais devulgaram pesquisa do IBOPE que constatava ter o Jango maioria do apoio popular, datada de março de 1964.
A esquerda nunca teria tido motivo para fazer o que fez, caso as supostas provas alegadas de que Jango ia dar um golpe, fossem apresentadas nos termos da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento das maiores autoridades da Nação. Esta é a mesma lei que foi aplicada democraticamente no julgamento de Collor... Certamente os militares e seus patrões não tinham provas capazes de convencer os parlamentares de que a suposição era um fato incontestável. Em função disto a guerra das FA contra o "inimigo interno" não foi aceita como legítima e culminou, posteriormente, na indenização pecuniária de suas vítimas, ainda que não tenha sido cobrado este valor dos funcionários públicos que cometeram este crime, como prevê a legislação, defende o honorável jurista Fábio Konder Comparato. O golpe de Estado e o desrespeito à nosso frágil embrião de democracia permitiu uma reação contrária por parte de quem defendia honestamente a democracia e por parte de quem não fosse assim tão coerente. Na realidade, estavam lutando contra uma usurpação ilegal e truculenta do Estado por quem alegava, mentirosamente, estar defendendo a democracia. Se for possível provar racionalmente que a esquerda (em parte ou no todo) mentia, ela nada mais fazia além da prática adotada pelos militares e seu patrões! Por outro lado, é importante considerar que a única democracia possível é a ditadura do proletariado, por ser esta classe social, a maioria numérica e percentual e, portanto, deve ter o maior poder de decisão:
"Capitalismo é a exploração do homem pelo homem... Socialismo é exatamente o contrário!!!" (Millor Fernandes)
Mais argumentos sobre o assunto em:
"O Livro Negro do Capitalismo"
"O Livro Negro do Comunismo"
*Heitor Reis é Engenheiro Civil

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