As 104 pinturas em miniatura são tema da dissertação desenvolvida pela historiadora Angelita Ferrari para o mestrado em História, Cultura e Poder na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem a apresentação do diretor-superintendente da Fundação Museu Mariano Procópio, jornalista Douglas Fasolato e e prefácio da pesquisadora Maraliz Christo. Todas as imagens estão reproduzidas e acompanhadas de informações, como técnicas usadas, tipos de moldura, autores, personagens e cenários pintados, detalhes sobre uso de luz e sombra, posições dos retratados, entre outras. “Busquei fazer um trabalho que alcançasse tanto os pesquisadores e especialistas quando o cidadão comum, que tenha interesse no tema ou curiosidade. A coleção de miniaturas da Viscondessa de Cavalcanti é única no Brasil, considerando que foi reunida por uma única pessoa, tem um tamanho considerável e está dentro de uma instituição", disse Angelita Ferrari.
As obras foram produzidas por Jean Baptiste Isabey e Pierre Paul Prud’hon, ambos pintores da corte francesa, e Madeleine Jeanne Lemaire, referência na pintura de natureza-morta. São retratos, cenas de gênero, animais, paisagens e natureza-morta com diversidade de técnicas e temáticas, realizadas entre os séculos XVIII e XX, com destaque para o século XIX. Esta coleção de obras é uma parte do acervo reunido pela Viscondessa ao longo da vida e que foi doado ao fundador do Museu Mariano Procópio, o primo-irmão Alfredo Ferreira Lage, na década de 1930.
A Viscondessa de Cavalcanti, que recebeu o nome de batismo de Amélia Machado Coelho, nasceu no Rio de Janeiro em 07 de novembro de 1853. Em 1871, casou-se com o Conselheiro Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque (Visconde de Cavalcanti), um dos estadistas mais conceituados do Império, nomeado Senador, além de ter sido presidente das províncias do Ceará, do Piauí e de Pernambuco, e também ministro de quatro pastas: Negócios Estrangeiros, Agricultura, Justiça e Comércio e Obras Públicas. A Viscondessa reuniu itens variados para o museu particular que possuía no Rio de Janeiro. Após a Proclamação da República, levou o acervo para Paris, para onde se mudou com a família. Entre as décadas de 1920 e 1930, distribuiu esse acervo entre instituições no Brasil e no exterior.
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