quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Literatura

Entre sem Bater

Apparício Torelly se dedicava a debochar da imprensa, dos presidentes e dos intelectuais. Graças ao seu humor peculiar, ofendeu os integralistas de Plínio Salgado. Na década de 1930, foi sequestrado e espancado por militares. Por isso, colocou na porta de seu escritório a placa: "Entre sem Bater".
Em homenagem a esses dizeres, o livro "Entre sem Bater", do jornalista Cláudio Figueiredo, conta a história do homem que se autonomeou Barão de Itararé e, entre outras façanhas, jogava sinuca com Villa-Lobos, almoçava em pensões baratas com Candido Portinari, foi colega de cela de Guimarães Rosa e inimigo de Getúlio Vargas.

Apparício Torelly fundou o jornal "A Manha", um periódico que apresentava ironia e luta política. "Nem a ciência era deixada em paz no alto do seu pedestal", escreve o autor no prólogo do livro.
"O seminário listou certa vez as teses do 'concurso de livre decência' da Faculdade de Medicina, todas mencionando nomes verdadeiros de médicos conhecidos", conta.
A biografia retrata meio século de história do Brasil e do barão que protagonizou histórias que parecem saídas de um romance de ficção.

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