Conheça os argumentos de quem é a favor e contra a divisão do Pará
iG reuniu os números e os argumentos para você entender por que o Pará vai às urnas no próximo dia 11 de dezembro
O plebiscito sobre a divisão do Pará vai acontecer neste domingo, dia 11 de dezembro, em todas as cidades do Estado. Cerca de 4,8 milhões de pessoas têm direito a voto, que é obrigatório - quem mora fora do Pará terá de justificar, como em uma eleição comum.
Nesta reta final da campanha, o iG reuniu números sobre o Pará e as regiões que querem se separar, argumentos das frentes a favor e contra a divisão e as opiniões de brasileiros espalhados pelo País, publicadas nas redes sociais ou na área de comentários desta reportagem sobre a divisão do Pará.
Os argumentos
Saiba por que os separatistas querem a divisão e por que os unionistas se opõem a ela
Separatistas
O Estado vai ficar mais perto das pessoas. Belém, a capital do Pará, fica a 1.400 quilômetros de Santarém, cotada para capital de Tapajós – equivalente a três vezes a distância entre Rio e São Paulo.
Mais investimentos do governo federal. Hoje, o Pará recebe R$ 2,4 bilhões em transferências federais. Com os novos Estados, esse repasse, somado, seria de R$ 5,9 bilhões.
Investimentos seriam mais bem distribuídos. No caso da saúde, por exemplo, todos os casos de alta complexidade precisam ser encaminhados para Belém por falta de estrutura.
Comparação com outros Estados. Tocantins, que se separou de Goiás, e Mato Grosso do Sul, desmembrado de Mato Grosso, deram grandes saltos econômicos e sociais.
Combate ao desmatamento e à criminalidade vai melhorar. Cada um dos três Estados terá de criar polícia e secretarias de meio ambiente, aumentando a prevenção e a fiscalização.
Unionistas
Estados pequenos não garantem melhores serviços. Alguns dos Estados mais desenvolvidos do Brasil, como São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, têm grandes territórios.
Novos Estados vão consumir grandes quantias de dinheiro público. Serão mais duas Assembleias Legislativas, duas sedes de governo e dois Tribunais de Justiça.
Haverá o rateio dos recursos federais. São R$ 2,4 bilhões destinados ao Pará que precisarão ser divididos com Carajás e Tapajós.
Eles nascerão deficitários. O Pará, sozinho, arrecada R$ 300 milhões a mais do que gasta por ano. Carajás nasceria com um déficit de R$ 1 bilhão, Tapajós, de R$ 864 milhões e o Pará remanescente, de R$ 850 milhões.
A divisão do Estado não interessa à população a apenas certos grupos políticos e empresariais, que querem aumentar seu poder nos locais.
Cotada para capital de novo Estado, Marabá é 4ª cidade mais violenta do Brasil
Se plebiscito aprovar criação do Estado de Carajás, Marabá ganhará 2 títulos: o de capital do Estado e o de capital mais violenta do País
Se um plebiscito aprovar a criação do Estado de Carajás, Marabá ganhará dois títulos: o de capital do Estado e de capital mais violenta do Brasil. Hoje, o município é a quarta cidade onde mais se mata no País, segundo o “Mapa da Violência 2011”, do Ministério da Justiça.
Pelos dados do estudo, a taxa de homicídios em Marabá, distante 440 quilômetros de Belém, capital do Pará, é de 125 mortes para cada 100 mil habitantes. Os números são referentes ao ano de 2008.
Apenas no ano da pesquisa foram registrados 250 homicídios entre uma população de 200 mil pessoas. Uma média aproximada de um assassinato a cada 36 horas no município. Essa taxa de homicídios, por exemplo, é quase dez vezes maior que a de São Paulo e quatro vezes superior à do Rio de Janeiro. Em todo o Brasil, a cidade mais violenta fica nas proximidades de Marabá: Itupiranga. Por lá, a taxa de homicídios chega a 160,6 para cada 100 mil habitantes.
A taxa de homicídios em Marabá é ainda maior quando se fala em assassinatos envolvendo jovens de 15 a 24 anos. Pelo “Mapa da Violência”, Marabá tem uma taxa de assassinato de jovens de 221,5 vítimas para cada 100 mil habitantes. Em 2008, foram 96 homicídios registrados: uma execução a cada três dias.
Fonte: http://www.ig.com.br/
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