sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Literatura

"Crime de Imprensa - O Retrato da Mídia Brasileira Murdoquizada"


Os jornalistas Palmério Dória e Mylton Severiano lançaram "Crime de Imprensa", o primeiro livro a tratar das eleições de 2010 sob a ótica do jornalismo. E, pelo tom dado pelos autores ao assunto, a avaliação não é lá muito lisonjeira.

Palmério e Mylton, jornalistas com história e passagem pelos maiores veículos de imprensa do país, prometem um "retrato da mídia brasileira murdoquizada", mais interessada em negócios do que em notícias, e reconhecem, em tom de desafio, que não devem conseguir uma única resenha sobre o livro nos grandes jornais. "Honoráveis Bandidos" não teve nenhuma, livro lançado em 2009 pela dupla e que traça outro retrato, o do Brasil na era Sarney.

Para a publicação de "Crime de Imprensa" os autores receberam negativas de três editoras – uma delas nem quis sentar para conversar depois de conhecer o assunto – e já se preparavam para lançar apenas a versão digital do livro quando a Plena Editorial comprou a briga e editou o livro.

As análises dos autores sobre o último pleito surgem situadas numa perspectiva histórica que recupera a participação da imprensa na política brasileira desde 1954, "o 1964 que não deu certo", lembra Palmério, em referência à tensão política que resultou no suicídio de Getúlio Vargas – os protagonistas dos jornais da época eram Carlos Lacerda e Samuel Wainer. O tom histórico é reforçado pelo prefácio do livro, assinado por Lima Barreto, em texto recuperado que mostra como a imprensa nacional vem se comportando de forma parecida há algum tempo. Mino Carta reforça o time e dá o mote do livro em citação estampada na capa: "Na maioria dos casos a mídia é ponta-de-lança para grandes".

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