sábado, 17 de setembro de 2011

Ferroviarismo não é passado - é futuro

Em passado não tão distante, a malha rodoviária paulista passou (e ainda passa) por transformações de grande envergadura: novos traçados, ampliação, duplicação e demais benefícios que fizeram das “SPs” uma realidade mil anos a frente das “BRs”. Ainda é assim, e os paulistas se orgulham dessa condição.

Infelizmente não se pode dizer o mesmo da malha ferroviária paulista, que decresce desde 1940. Além de trechos e trechos que simplesmente sumiram do mapa, sem que ninguém saiba dizer o que deles foi feito, os ainda existentes preservam, em boa parte, os antigos traçados, certamente obsoletos para comportar as novas gerações de trens.

O que não se vê são planos para a criação de uma nova malha ferroviária paulista, a exemplo do que foi feito com a malha rodoviária.

Tanto no transporte de cargas, quanto de passageiros, uma nova malha é condição fundamental, e de grande importância estratégica e logística para o Estado de São Paulo, tendo e vista a sempre crescente economia, inclusive no interior, e a decorrente tendência de gigantismo populacional de muitas cidades.

Nada se vê nessa direção, nada. Nem mesmo planos para construir linhas paralelas às grandes ferrovias. Mesmo com o visível esgotamento do modelo rodoviarista, persiste na ideia de estradas, tuneis e viadutos.

Diferentemente de rodovias, é importante lembrar que ferrovias não são compartilhadas por inúmeros usuários, de onde a importância da participação do estado na construção e operação. No momento, as vias ferroviárias (a exemplo das rodoviárias) pertencem ao estado, mas estão sendo exploradas pelo setor privado, na maioria das vezes para o transporte de cargas. Patrimônio público, portanto, a serviço de interesses privados, sem contrapartida direta aos nacionais.

O Estado de São Paulo pode ser coberto por transporte de passageiros sobre trilhos, além do transporte de cargas, por trens velozes, seguros e confortáveis (não estamos falando de trem-bala) e por preços competitivos, desafogando as rodovias, e eliminando o sangramento de dinheiro público sem fim na malha rodoviária.

São Paulo tem as melhores rodovias do país, e tem no mínimo a obrigação de ter também as melhores ferrovias. A saber, quem encampa essa bandeira. Onde estão nossos neobandeirantes? Postado por Sindicato dos Ferroviários da Sorocabana-SP
Colaboração: Rogério Centofanti

3 comentários:

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Amigo Carlos Ferreira

O que hoje resta da malha ferroviária paulista não é nem sombra dos tempos de uma Santos a Jundia, de uma Paulista, de uma Sorocabama, de uma Mogiana, de uma Araraquarense etc, quando desbravaram o interior do estado, ultrapassando fronteiras.

O transporte de passageiros era a menima dos olhos de todas elas e se esmeravam para que fosse o melhor.

Hoje, o que delas restou praticamente não serve mais o grande público. Não tem serviços de passageiros e só atendem a grandes e poucos usuários de cargas que exigem baixos fretes. Viraram ferrovias industriais, em geral, de propridade dos próprios usuários.

Evidenteme que nesta política a ferrovia estará cada vez mais relegada a plano segundário na Política Nacional de Transportes.

Muitas das extensões existentes são de traçados e outras condições técnicas arcaicas, incapazes de competirem com as cada vez mais modernas rodovias.

A consequência desta política caolha está ai. Extensas rodoviárias que é só buracos, grande insegurança como este engavetamento que vem de acontecer. Fretes caros aumentado os precos e até invializando a produção.

Precisamos de uma nova era ferroviária que só surgirá, de fato, com o TVA.

A China na próxima década pretende construir mais 30 000 km de novas e modernas ferrovias. Nã temos nem isto de velhas e arcaicas ferrovias.

Está na hora de São Paulo retomar a liderança que empreendeu no sistema ferroviário brasileiro. É ou não é a locomotiva do Brasil?

Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.

Anônimo disse...

Infelizmente, sr. Luiz Carlos, São Paulo não é mais a locomotiva do país - nem na carga e nem em passageiros. No setor de carga, São Paulo é apenas um corredor de commodities (para outros estados)e, no setor de passageiros, pode sim voltar ao tempo dos trens regionais, independente do TAV.

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Caros Ferroviáros

Aprendemos e apreciamos muito com a Sorocabana, a rainha da bitola métrica no Brasil.

Quebrou a podersa Inglesa com ausadia levando a nossa bitola métrica ao Porto de Santos, acabando com o monopólio da larga.

Manteve bons serviços de passageiros incluive para Porto Alegre e fronteirsas com as ferrovias uruguais e argentinas.

Vimos seus vagões espalhados por toda a biotla métrica, inclusive sendo usados indevidamente por outras ferroviás até em mero transporte de serviço.

Não cremos que tamanho poder tenha sido perdido por decadência do Estado de São Paulo, que cresceu e se desemvolveu não mesmos que os demais estados.

O que houve foi sem dúvida o que se passou e ainda se passa em todo Brasil, uma política caolha de transportes, que renegou ferrovia e navegação a total abandono favorecendo o rodovário e o aeroviário, torcendo a verdade econômica dos transpotes como se ferrovia seja coisa superada e de museu.

Há que se redefinir nosso sistema férrovio, não só para que conte com a melhor tecnologia disponível, mas também melhor se ajuste aos nossos fluxos atuais de transportes. Mas que sejam ferrovias competitivas com as ferrovias e até com as aerovias.

Obrigado.

Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.