domingo, 23 de janeiro de 2011

Literatura

“Assim falou Neném Prancha”
No clube da Estrela Solitária existiu um personagem que merece sempre ser lembrado, tanto por sua inteligência e amor ao clube, quanto a sua habilidade, perspicácia e malabarismo com as palavras. Antônio Franco de Oliveira, o Neném Prancha, foi um frasista e filósofo do futebol brasileiro.

No Botafogo, chegou por volta de 1943 (vindo de Resende, onde nascera), trabalhou no clube de roupeiro no Departamento de Atletismo por longos anos até chegar a técnico da divisão juvenil de futebol. Formou o seu 1º time de futebol nas areias da praia de Copacabana, onde colecionava títulos e formava craques para levar ao alvinegro. Um deles, talvez o mais famoso, foi Heleno de Freitas, o Possesso.

Técnico de futebol de praia, olheiro e filósofo da bola, Neném Prancha foi o mentor futebolístico do também lendário João Saldanha. No repertório de frases, duas das mais famosas são: “Se concentração ganhasse jogo o time da penitenciária não perdia para ninguém” e “O pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube”.

Ganhou uma biografia através de um livro escrito pelo jornalista Pedro Zamora, “Assim falou Neném Prancha”, um exemplar de 104 páginas com “máximas” que ficaram famosas nas colunas de Sandro Moreira e João Saldanha. Quando em 1976 um enfarte matou Antônio Franco de Oliveira, um coração alvinegro parou no tempo, mas prosseguiu na eternidade.

Outras frases do folclórico Neném Prancha:
“Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende”
“Futebol moderno é que nem pelada. Todo o mundo corre e ninguém sabe para onde”
“Jogador brasileiro não vai ter problema no México, não. Tudo já morou em favela e não pode se queixar de altitude”
“O goleiro deve dormir com a bola. Se for casado, dorme com as duas”
“O pênalti é tão importante que devia ser cobrado pelo presidente do clube”
“Jogador bom é que nem sorveteria: tem que ter várias qualidades”
“Se concentração ganhasse jogo, o time da penitenciária não perdia uma”
“Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminava empatado”
“O Didi joga bola como quem chupa laranja, com muito carinho”
“Casamento é coisa muito séria para terminar nas manchetes de jornais”
“Jogar a bola pra cima, enquanto ela estiver no alto não há perigo de gol”.

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