quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Literatura

"O cotidiano de Nova Friburgo no Final do Século XIX: Práticas e Representação Social"
No final do século XIX, o Rio de Janeiro vivia um verdadeiro inferno social em que grassavam epidemias de febre amarela, cólera, entre outras doenças, além da tuberculose, que ceifava milhares de vidas a cada ano. Os habitantes mais abastados do Rio fugiam dessas doenças, deslocando-se durante o verão, período em que a epidemia ocorria de forma virulenta, para as regiões serranas.

Nova Friburgo, depois de Petrópolis, era o município que mais recebia esse afluxo de veranistas, que chegavam a passar seis meses na cidade, retornando ao seu torrão natal somente no final do mês de abril. Essa circunstância movimentou a economia da cidade, e o turismo chegou a superar a atividade econômica da agricultura, alterando profundamente a estrutura social e política da cidade.

Essa riqueza atraiu ainda imigrantes portugueses, italianos, espanhóis, franceses e libaneses, além de indivíduos que a imprensa rotulava de vagabundos, ou seja, migrantes pobres que se deslocavam continuamente pelo país. Novas formas de sociabilidade foram introduzidas, e Friburgo passou a ter uma vida cultura intensa com a representação de óperas italianas, do teatro dramático português, do lundu e das modinhas dos circos, bem como a abertura de Cafés, charcuteries e do cinematógrafo.

O panorama político, econômico e social de Nova Friburgo no início do período republicano foi o tema central da palestra, que consistiu numa síntese da pesquisa de dois anos realizada pela autora, a jornalista e escritora Janaína Botelho, nos jornais da época e que originou o livro.

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