quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Rio Grande

Rio Grande preserva a história e renova o sonho

Clube mantém acervo com documentos e fotos para comprovar que é o mais antigo do futebol brasileiro. Luta agora é para voltar à elite gaúcha

Em busca do "elixir da juventude", mas sem abandonar o passado. É com essa filosofia que o Rio Grande, do interior gaúcho, tenta sobreviver no futebol brasileiro. O Vovô se esforça para preservar sua história e poder provar que é, sim, o clube de futebol mais antigo do país - e sem jamais interromper o esporte, como questiona a Ponte Preta. Também luta para voltar à elite do Campeonato Estadual, onde já foi até campeão e só participou uma vez nos últimos 35 anos.

Mas as dificuldades encontradas, como passa a grande maioria dos clubes que não recebe grandes investimentos, são muitas. Para manter vivo o seu passado, que teve início no século retrasado, o Rio Grande conta com o apoio da comunidade da cidade. Desde o centenário, a agremiação vem trabalhando para recuperar e organizar documentos, jornais, flâmulas, taças e o que mais ajude a contar a sua história.

A tarefa de conseguir se misturar de novo aos clubes da Série A gaúcha também é árdua. Sem entregar o time aos empresários, a diretoria tricolor busca outras soluções para que ele seja forte. A melhora na estrutura das categorias de base é um dos principais objetivos e onde estão sendo concentrados os maiores esforços.

História e polêmica
Quando o jovem alemão Johannes Christian Moritz Minnemann fundou o Sport Club Rio Grande, outros quatro clubes de futebol já existiam: o pioneiro São Paulo Athletic Club (1894), o Mackenzie College (1898), o Germânica (1899) e o Sport Clube Internacional (1899), todos em São Paulo. O departamento de futebol dos três primeiros já não existe mais, e o quarto foi extinto.

Flamengo (1895), Vasco (1898) e Vitória (1899) também são mais antigos do que o Rio Grande, mas não nasceram como clubes de futebol.

A grande polêmica mesmo é com a Ponte Preta. O clube de Campinas, fundado em 11 de agosto de 1900, ou seja, 23 dias depois do Rio Grande, alega que a agremiação gaúcha interrompeu o futebol no passado e que a Ponte Preta é o primeiro time do Brasil em funcionamento ininterrupto.

Segundo o presidente da Ponte Sergio Carnielli, via assessoria de imprensa, o Rio Grande, fundado primeiro, parou de participar de torneios e campeonatos, passou anos sem exercer a atividade.

O Rio Grande rebate. Garante ter documentos que comprovam que o clube sempre disputou campeonatos no Rio Grande do Sul, mas a Ponte Preta questiona a documentação que o Rio Grande diz ter.

Volta à elite gaúcha, o grande sonho
Se o trabalho para manter a história está indo muito bem, no quesito desempenho esportivo o Rio Grande está devendo. O Tricolor disputou a Primeira Divisão do Gauchão pela última vez em 2000. Foi convidado pela Federação Gaúcha e não fez uma campanha para ser rebaixado. Entretanto, como era apenas um convite, o time teve que voltar à Segundona no ano seguinte. Antes disso, a última vez na elite foi em 1975.

Campeão gaúcho em 1936 em cima do Internacional, o Vovô tenta retomar as glórias do seu jeito, sem requisitar ajuda de empresários do meio e muito menos entregar comando do futebol a quem não tem nada a ver com o clube.

A situação atual não é muito diferente dos últimos anos. Na Segundona de 2010, o Rio Grande conseguiu ir até a terceira fase, mas não se classificou para a quarta e penúltima depois de ficar em terceiro na Chave 7, atrás de Lajeadense e do rival local, o São Paulo.

O jeito é esperar 2011. Enquanto isso, o trabalho é forte para estruturar o clube. Já são sete campos suplementares.
Fonte: GE

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