terça-feira, 8 de junho de 2010

Nas ondas do rádio

Victor Kingma*
Outra copa está aí, dessa vez na África do Sul. Como acontece de quatro em quatro anos, nos dias dos jogos da seleção brasileira, o país para. Na hora das partidas as ruas ficam desertas. As repartições, comércio, indústrias e instituições até adaptam os seus horários para que todos possam torcer pelo Brasil. Em todo lugar do país, por mais distante que seja, sempre tem uma televisão ligada transmitindo a partida.

Os recursos das transmissões, cada dia mais sofisticados, oferecem aos torcedores uma visão perfeita do desenrolar da partida. Seja repetindo os lances e gols em diversos ângulos ou tirando eventuais dúvidas sobre determinada jogada.

Entretanto, no passado não era assim. Até a copa de 1966, na Inglaterra, os jogos não eram transmitidos pela TV para o Brasil. Os torcedores, então, tinham que acompanhar a seleção pela velha e vibrante transmissão pelo rádio.

Assim, cabia aos narradores esportivos passar para os torcedores todas as emoções das partidas. Cada qual, no seu estilo de narrar, descrevia para o torcedor como foi o espetacular drible de Garrincha ou o fantástico GOOOOOL de Pelé ou de Vavá.

Ainda hoje, gosto de ouvir jogos pelo rádio. Mas, por opção. Entretanto, sinto saudades daquela época, em que era a única maneira de acompanhar os jogos da seleção ou do seu time de coração. Cresci ouvindo as transmissões esportivas pelas emissoras Globo, Nacional, Tupi, Record ou Panamericana. Dependia das ondas que o nosso velho aparelho Zenith conseguisse sintonizar primeiro.

Assim, nesse texto, presto uma homenagem a Fiori Giglioti, Geraldo José de Almeida, Doalcei Camargo, Jorge Curi, Valdir Amaral e tantos outros famosos narradores esportivos do passado, que, com sua vibração e criatividade, fizeram brotar no meu imaginário, ainda menino, lá em Mantiqueira, a grande paixão pelo futebol.

*Victor Kingma é historiador e escritor
Fonte: www.historiasdofutebol.com.br

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