sexta-feira, 25 de junho de 2010

Fluminense 3 x 2 Flamengo (25/06/1995)

Após 15 anos do gol de barriga, Ailton demonstra mágoa com o Fluminense
Ex-jogador cobra reconhecimento do clube, que deu apenas a Renato Gaúcho uma placa pela inesquecível vitória sobre o Flamengo.
Dois cortes, o chute, um desvio e a explosão. O cenário desenhado naquele 25 de junho de 1995 ficou perto das ficções de cinema. Uma história que, se contada em um boteco de esquina, no papo informal, seria motivo de gozação. O final daquela decisão de Campeonato Carioca, no centenário de um Flamengo superfavorito de um lado, com Romário, o melhor jogador do mundo na ocasião, contra um desacreditado Fluminense, não seria capaz de convencer a nenhum torcedor que não tenha presenciado o exato momento em que Renato Gaúcho escora de barriga o chute de Ailton e deixa o Tricolor em vantagem: 3 a 2, aos 41 minutos do segundo tempo.

O épico lance completa, nesta sexta-feira, exatos 15 anos. Durante todo este período uma discussão interminável sobre de quem era o gol foi levada em tom de brincadeira. Renato defende o seu. E Ailton não abre mão de estragar o mito da barriga para ter na sua conta aquele inesquecível gol. Porém, à margem da glória vivida na ocasião, a decepção e a mágoa com o clube.

- O gol foi meu. Está na súmula. O Renato brinca. Quando está perto de mim, diz que é nosso. Quando ele está longe, diz que é dele. A única coisa que me chateia é o clube não reconhecer a situação, em um lugar que joguei por tanto tempo. Só deram uma placa para o Renato. O torcedor tudo bem, eu entendo a parte dele. Mas está mais do que na hora de reconhecerem a minha parte – cobra Ailton.

Enquanto isso, Renato Gaúcho se delicia com a eterna lembrança. Um duelo entre os dois para decretar de quem foi o gol sempre vai existir. A súmula marca para o ex-meia, mas o ex-atacante nunca creditará ao amigo um dos lances mais importantes da sua carreira.

- Esse gol foi marcante. Não importa como aconteceu. O que valeu foi o título. E alguém tem dúvida que eu que marquei? Já perguntei até para o juiz se ele não tinha TV para não me dar o gol. Até hoje me param na rua para falar desse lance. Os tricolores elogiam e os flamenguistas reclamam. Fazer o quê? Sou profissional e foi um gol inesquecível – disse Renato Gaúcho.

Neutro e imparcial, o árbitro daquela partida, Léo Feldman argumentou e explicou o motivo que o levou a dar o gol para Ailton.

- Eu estava dentro da área no momento do lance. O Ailton bateu, a bola desviou no Renato e entrou. Em nenhum momento vieram me cobrar sobre o lance, nem o Renato e nem torcedores. Eu sei que ele anda dizendo coisas, mas comigo ele nunca falou sobre o lance. O Renato é um contestador folclórico por natureza, e é do bem. Mas, se um atacante chuta a bola e ela desvia, o gol é de quem? De quem chutou, assim como tivesse desviado em um zagueiro – disse o ex-árbitro.

Fluminense 3 x 2 Flamengo
Estádio: Maracanã.
Data: 25/06/1995.
Fluminense: Welerson, Ronald, Lima, Sorlei e Lira; Márcio Costa, Aílton, Djair e Rogerinho (Ézio); Renato Gaúcho e Leonardo (Cadu). Técnico: Joel Santana.     
Flamengo: Roger, Marcos Adriano (Rodrigo), Gelson, Jorge Luiz e Branco; Charles Guerreiro, Fabinho, Marquinhos e William (Mazinho); Romário e Sávio.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Gols: Renato Gaúcho, aos 30, e Leonardo aos 42 minutos do primeiro tempo; Romário, aos 26, Fabinho, aos 32, e Aílton, aos 41 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Rogerinho e Renato Gaúcho (Fluminense); Marcos Adriano, Jorge Luiz, Branco e Charles Guerreiro (Flamengo). Cartões vermelhos: Sorlei, Lima e Lira (Fluminense); Marquinhos (Flamengo).
Árbitro: Léo Feldman.
Público: 112.285 torcedores,
Renda: R$ 1.621.850.
Fonte: www.globo.com

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