segunda-feira, 21 de junho de 2010

Confira episódios de Seleção x Imprensa desde 1950

Em 2010, Dunga vive em pé de guerra com os jornalistas

O técnico Dunga vive uma guerra particular contra a imprensa brasileira. Dono do cargo mais importante do futebol nacional - com a exceção do de Ricardo Teixeira, presidente da CBF -, o ex-volante entra em atritos com os profissionais de comunicação a cada nova entrevista coletiva.

Após a vitória contra a Costa do Marfim ocorreu talvez o episódio mais emblemático desse pé de guerra. O treinador entrou em conflito com o repórter Alex Escobar, da TV Globo, e proferiu alguns palavrões contra o profissional.. A relação conflituosa é, de longe, a pior da história do Brasil em Copas do Mundo.

- Até 1966, por conta de ter um número bem menor de profissionais que cobriam as Copas, os problemas foram pequenos. Na verdade, confronto agressivo como o que Dunga está tendo, nunca existu - afirmou Roberto Assaf, colunista do Jornal O LANCE.

O LANCENET! listou alguns dos conflitos que, desde 1950, os técnicos da Seleção tiveram com a imprensa:

1950 - Vaias paulistas
O Brasil sediava a Copa do Mundo e, no único jogo que a Seleção fez em São Paulo, 42 mil torcedores vaiaram a equipe do técnico Flávio Costa no empate por 2 a 2 contra a Suíça, no Pacaembu. Com poucos jogadores do futebol paulista, a imprensa do estado criticou bastante a Seleção nacional.

1966 - Preparação questionada
Na fase de preparação para o Mundial, Vicente Feola, cedendo a pressões políticas de toda parte, convocou 44 jogadores. Os 22 que viajariam para a Inglaterra foram conhecidos apenas duas semanas antes da competição. O Brasil ganhou um e perdeu outros dois jogos. A imprensa brasileira não poupou ninguém de críticas.

1974- Guerra contra a imprensa
Um ano antes, uma excursão à África e à Europa acabou mal: os resultados fracos e as críticas da imprensa, que viajara com mais de 120 profissionais para a viagem, levaram os jogadores a parar de dar entrevistas. O estopim ocorreu após a vitória por 1 a 0 contra a Escócia, quando o time de Zagallo apresentou um futebol muito ruim. Com as críticas, os atletas se reuniram e elaboraram o "Manifesto de Glasgow", que rompia com a imprensa. Em resposta, os jornalistas também não citavam mais os nomes do jogadores em suas reportagens.

1982 - O ponta de Telê
Ficou registrado na história a frase do personagem Zé da Galera, interpretado por Jô Soares, que exigia: "Bota ponta, Telê!". O esquete retratava a voz do povo e da imprensa, que pedia o fim do esquema 4-4-2 ao técnico Telê Santana pela volta dos bons resultados. O treinador resistiu, ignorou as críticas e, até hoje, o time de 82 é visto como referência de futebol bonito.

1990 - O esquema polêmico
O Sebastião Lazaroni implantou o esquema 3-5-2 - na época pouco utilizado - na Seleção Brasileira. A "era Dunga", vista como a de futebol pouco vistoso, foi alvo dos críticos brasileiros. A eliminação contra a Argentina, nas oitavas de final, causou a demissão do treinador, que ficou com a bomba nas mãos.

1994- A corda bamba de Parreira
Parreira era acusado de retranqueiro, vivia às turras com Romário, queridinho do Brasil, e ainda perdeu para a Bolívia em La Paz, na primeira derrota da Seleção em Eliminatórias. Antes da Copa, a sua demissão era desejo da torcida e da imprensa. Em meio a inúmeras críticas, teve de convocar o Baixinho, que deu o título do tetracampeonato ao Brasil.

2002 - O cala boca aos críticos
O Brasil se classificou para a Copa do Mundo apenas na última rodada das Eliminatórias. Por convocar alguns jogadores de pouco prestígio na época e deixar de lado Romário, que causava clamor popular, o técnico Felipão era visto com desconfiança. E foi assim até o fim da Copa. A conquista do penta foi um cala boca aos críticos.
Fonte: www.lancenet.com.br

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