quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Viaduto das Almas vira desafio para carga de 140 toneladas

O tráfego nos dois sentidos do Viaduto Vila Rica, conhecido como Viaduto das Almas, no km 592 da BR-040, no município de Itabirito, foi interrompido às 14h de quarta-feira pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Desta vez, o fechamento do trecho não foi motivado por acidente, mas para que dois cavalos mecânicos acoplados que transportam uma peça da Petrobras chamada Manifold submarino, usada na extração de petróleo, pudessem passar com segurança. O lado direito da peça, que pesa 140 t, tem 5m de altura e 8,5m de largura, precisou ser erguido pelo sistema hidráulico da carroceria de 16 eixos, possibilitando que ela passasse por cima da mureta do viaduto. Com 262m de pista simples, o pontilhão tem 9m de largura, mas a operação foi necessária por causa do seu traçado em curva. Para transportar a Manifold submarino de Vespasiano, na Grande Belo Horizonte, ao Rio de Janeiro, são usados dois cavalos mecânicos da marca Volvo, cada um com capacidade para 200t de carga. “Um dos cavalos puxa e o outro auxilia. Somando a peça e os veículos são 262t de peso”, informou Marco Esteves, de 38 anos, motorista de um dos cavalos mecânicos. Ele admitiu que deu “um frio na barriga” ao passar pelo Viaduto das Almas, manobra que durou apenas três minutos. “Ele se sacudiu todinho e o operador que fica sentado do lado de fora, junto à carga, para auxiliar no transporte, disse que deu para ver todos os ferros do viaduto tremendo.” A previsão do motorista, que saiu de Vespasiano na terça-feira, é chegar ao Rio de Janeiro quarta-feira que vem. “Alguns fatores, como a chuva, podem atrasar a viagem”, ressaltou. A peça é transportada numa velocidade média de 40 quilômetros por hora nas retas, caindo para até cinco quilômetros por hora nas subidas. Durante todo o trajeto os condutores vão se falando por meio de rádio. À frente dos cavalos mecânicos, que só têm permissão para rodar das 8h às 18h, vão uma Kombi da empresa que faz o transporte e uma viatura da PRF, responsável por interromper o trânsito para a passagem da carga. De acordo com o motorista Esteves, a operação realizada no Viaduto das Almas terá de ser repetida em todas as pontes com menos de 6m de largura ao longo da 040. “(Do viaduto) até Congonhas (na Região Central) são pelo menos três pontes estreitas”, afirmou. Palco de várias tragédias e mortes, o Viaduto das Almas será substituído em breve por uma nova estrutura, que terá 460m de extensão e 21m de largura. A principal diferença entre o velho e o novo Vila Rica é que a ponte que está em fase final de elaboração é em linha reta, tem duas faixas de rolamento em cada direção e os sentidos contrários são separados por barreira física. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) termina a construção de uma variante, que vai ligar a BR-040 ao novo pontilhão, para, enfim, inaugurá-lo. Fonte: www.uai.com.br

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