sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Atlético-MG

Maioridade de um tabu Paulo Galvão (Estado de Minas) Jair Pereira, há 18 anos, foi o último treinador a iniciar e encerrar uma temporada no alvinegro – tabu que atingiu muita gente boa e desafia agora o prestigiado Luxemburgo A apresentação de Vanderlei Luxemburgo, na tarde de quarta-feira, aumentou nos atleticanos a expectativa de que em 2010 o clube volte a viver um ano de glórias. Ele chegou com discurso otimista, de buscar o título de todas as competições que disputar, principalmente Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro – as outras serão Campeonato Mineiro e Copa Sul-Americana. Se atingir pelo menos parte do objetivo, terá tudo para quebrar tabu que incomoda o Galo há 18: desde 1991, com Jair Pereira, o time não começa e termina o ano com o mesmo treinador. Luxemburgo diz que uma das coisas que o seduziram no convite atleticano foi poder atingir metas participando de todas as etapas. Ou seja, quer levar a equipe à Copa Libertadores, para, então, tentar ganhá-la. Para isso, teria de passar 2010 inteiro e o primeiro semestre de 2011 no comando alvinegro – seu contrato é por dois anos. Essa curiosa maldição das temporadas vitimou técnicos renomados e prestigiados pela torcida, o mais recente deles Emerson Leão, que começou 2010 no cargo, a pedido da massa, e não resistiu à perda do Campeonato Mineiro, quando o Atlético, a exemplo do ano anterior, foi batido pelo Cruzeiro com derrota no primeiro jogo decisivo por 5 a 0. O próprio Jair Pereira foi a primeira vítima dessa escrita. Depois de terminar o Brasileiro de 1991 em terceiro lugar, eliminado pelo São Paulo de Telê Santana com dois empates nas semifinais, e de conquistar o Estadual, acabou demitido no fim do primeiro semestre de 1992, ao ficar nove jogos consecutivos sem vitória no Nacional. Nem mesmo quando um técnico conseguiu bons resultados ele acabou emplacando a temporada inteira. Levir Culpi, que havia feito ótimo trabalho no segundo semestre de 1994, ao ajudar o Galo a terminar em quarto lugar no Brasileiro, e conquistado o Estadual no primeiro semestre de 1985, deixou o cargo, por causa de divergências com os dirigentes. O mesmo Levir, nas duas outras duas vezes em que dirigiu o alvinegro, ficou um ano inteiro, mas entre o segundo semestre de um e o primeiro do seguinte. Depois de levar a equipe ao terceiro lugar no Brasileiro de 2001, em 2002, ele acabou demitido, depois de eliminado nas semifinais da Copa do Brasil pelo Brasiliense e de perder para a Caldense na estreia no Supercampeonato Mineiro. Em 2006, retornou ao clube no primeiro turno da Série B do Brasileiro e levou o time a subir na competição, classificando-se com duas rodadas de antecipação para a Série A e conquistado o título no penúltimo jogo. Em 2007, depois de ser campeão mineiro, com direito a goleada por 4 a 0 sobre o Cruzeiro no primeiro jogo das finais, aceitou proposta do futebol japonês. Procópio Cardoso assumiu o Atlético duas vezes perto do fim da temporada: em 1995, quando por pouco não levou o time às semifinais do Brasileiro; e em 2004, quando o salvou do rebaixamento à Série B. Em ambas as vezes, iniciou o ano seguinte no cargo, mas sucumbiu à perda do Estadual. Nesses 18 anos, outros 13 treinadores tentaram sem sucesso chegar ao fim da temporada comandando o Galo. CONFIANÇA NA CONTINUIDADE Para o ano que vem, havia a expectativa de que Celso Roth pudesse finalmente cumprir uma temporada inteira à frente da equipe. Afinal, o presidente Alexandre Kalil havia garantido que o projeto era de médio prazo e anunciado em setembro a renovação de contrato antecipada do treinador. Mas, com as derrotas nas cinco últimas rodadas do Brasileiro, a perda da chance de classificação à Libertadores e a ultrapassagem do time na tabela pelo Cruzeiro (ainda por cima com vaga celeste na competição sul-americana), mudou de ideia. Luxemburgo, por sua vez, não se mostra preocupado. “Confio no meu trabalho, na minha competência. Tenho certeza de que, com trabalho, as conquistas virão e vamos trabalhar bastante.” LONGA LISTA ALVINEGRA ANO - TÉCNICOS 1991 - Jair Pereira 1992 - Jair Pereira, Vantuir Galdino e Procópio Cardoso 1993 - Nelinho, Mussula, Otacílio Gonçalves, Moisés e Mussula 1994 - Vantuir Galdino, Valdir Espinosa e Levir Culpi 1995 - Levir Culpi, Mussula, Gaúcho e Procópio Cardoso 1996 - Procópio Cardoso e Eduardo Amorim 1997 - Eduardo Amorim e Emerson Leão 1998 - Carlos Alberto Silva, Vantuir Galdino e Carlos Alberto Torres 1999 - Ricardo Drubscky, Toninho Cerezo, Dario Pereyra e Humberto Ramos 2000 - Humberto Ramos, Márcio Araújo, Carlos Alberto Parreira e Nêdo Xavier 2001 - Abel Braga, José Maria Pena e Levir Culpi 2002 - Levir Culpi e Geninho 2003 - Celso Roth, Marcelo Oliveira e Procópio Cardoso 2004 - Paulo Bonamigo, Jair Picerni, Mário Sérgio e Procópio Cardoso 2005 - Procópio Cardoso, Tite, Marco Aurélio e Lori Sandri 2006 - Lori Sandri e Levir Culpi 2007 - Levir Culpi, Zetti e Emerson Leão 2008 - Geninho, Alexandre Gallo e Marcelo Oliveira 2009 - Emerson Leão e Celso Roth Fonte: www.uai.com.br

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