quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Graciliano Ramos se enganou com o futebol

Carlos Roberto Sodré*
Os gênios também cometem equívocos. Nascido em 27 de outubro de 1892, na cidade Quebrangulo, sertão de Alagoas, morrendo em 20 de março de 1953 na cidade do Rio de Janeiro. Graciliano Ramos apostava no insucesso do futebol aqui no Brasil. Escritor romancista, dono de obras requisitadas em todas as faculdades, universidades e inclusive no ensino médio como: Caetés, Vidas Secas, Memórias do Cárcere e tantas outras, o gênio escritor não acreditava que o futebol fosse virar essa paixão nacional. Na época, no início do século passado, o esporte que dominava a preferência dos brasileiros era o Remo. Talvez quando disse que não acreditava no sucesso do futebol aqui no Brasil, fosse porque ainda não tivesse visto que os meios de comunicação, principalmente o rádio e a televisão, o rádio era uma idéia embrionária e a televisão nasceria em 18 de setembro de 1950. Com o passar dos anos esses veículos passaram a ocupar o coração dos brasileiros. Os jornais já existiam, mas nem todos tinham acesso às informações. Com o advento do rádio e a televisão, as informações se popularizaram. Pelo visto o Gênio escritor brasileiro cometeu um grande engano, mas já está perdoado. Tem crédito, muito crédito junto a todos nós. Mas será que Graciliano Ramos estava mesmo de todo errado? O futebol é mesmo tudo isso que dissemos? Ou será que deixamos de fazer tantas outras coisas importantes, enquanto nos concentramos só no esporte bretão? Muitas coisas acontecem no Brasil, diariamente, fora dos gramados. No Senado escândalos. No mundo a pandemia da gripe influenza A, ou gripe suína. Perto daqui, se procurar, também vai achar escândalos. Inclusive no futebol. É só procurar. Eu também gosto de futebol, afinal de contas sou brasileiro, mas como diz o Rei Roberto Carlos, “a vida tem outras coisas”. Entre outras coisas que a vida tem, que tal dedicar um pouco mais de tempo à família, uma boa leitura, Graciliano Ramos por que não? Faço tudo isso, ainda sobra tempo para ver o Fluminense tirar o Flamengo de mais uma competição. Por tudo isso, sou feliz. Seria muito mais, se pudesse ver todas as gerações daqui da nossa terra, do nosso lugar, da Zona da Mata, pisar pelos gramados e mostrar todo talento do jogador brasileiro. No entanto, a mentalidade de algumas pessoas é diferente. Pensam em campeonatos, onde o nosso atleta fica em último plano. Por diversas vezes citei aqui o exemplo do Industrial Futebol Clube, com o comando do senhor Maurício Singulane. Nas próximas edições, vou falar do Operário Futebol Clube da cidade de Cataguases. Este também sempre tratou com respeito a prata da casa. *Carlos Roberto Sodré é Locutor Esportivo

Nenhum comentário: