quarta-feira, 13 de maio de 2009

Luizinho renuncia à presidência do Villa Nova

Wagner Augusto Álvares de Freitas* Luiz Carlos Ferreira, o Luizinho, foto, não é mais presidente do Villa Nova Atlético Clube. O ex-dirigente entregou sua carta-renúncia ao presidente do Conselho Deliberativo da agremiação, Carlinhos Rodrigues, que é também prefeito municipal de Nova Lima. Antes de Luizinho, três vices-presidentes já haviam renunciado: os vereadores Luciano Vítor Gomes e Marcelino Edwiges e Carlos Eduardo Campolina.
A partir de agora, o vice-presidente Mário Evaristo Borges assume a presidência e tem de convocar novas eleições dentro de 15 dias, nos termos do Artigo 65 do Estatuto do Villa Nova: Art. 65 – Verificando-se a vaga do cargo de presidente, o seu substituto solicitará ao Conselho Deliberativo que a preencha no prazo de 15 (quinze) dias.
Luizinho foi eleito presidente no dia 19 de dezembro de 2008 com uma votação recorde na história do Villa Nova: 108 votos entre 125 eleitores. Luizinho, porém, não conseguiu usar positivamente essa força eleitoral em prol do crescimento do clube. No Campeonato Mineiro de 2009, o Leão cumpriu a pior campanha em sua longa trajetória na competição, que começou em 1927. O time nova-limense venceu apenas uma partida e só não foi rebaixado por um verdadeiro milagre.
Em termos administrativos os cinco meses da gestão de Luizinho foram um caos absoluto. O Villa Nova disputou o Campeonato Mineiro com apenas um uniforme, já que a fornecedora (Kick Ball) interrompeu o fornecimento de material esportivo devido à falta de pagamentos. A Butique do Leão foi fechada depois que a antiga funcionária deixou o emprego para buscar na Justiça os muitos meses de salários atrasados. O mesmo caminho tomou o ex-técnico da categoria júnior, João Brito Alves. As categorias infantil e juvenil foram desativadas por Luizinho, que, ironicamente, foi revelado pela base do Villa Nova na década de 1970.
Também o time profissional foi desmontado e volta a jogar somente em 2010, optando pelo mesmo caminho que vários clubes do interior mineiro erroneamente escolhem. Historicamente, o Villa Nova sempre fica em atividade o ano inteiro, disputando o Campeonato Mineiro no primeiro semestre e uma competição nacional — ou a Taça Minas Gerais — no segundo. Para piorar o panorama, várias ações trabalhistas surgem no dia a dia, fato que praticamente inviabiliza o clube financeiramente. Há estimativas no sentido de que a dívida total do Villa Nova esteja na casa dos R$4 milhões. Em dezembro de 2006, no entanto, essa dívida era de cerca de somente R$130 mil.
Resta agora aos 200 conselheiros do clube escolher com serenidade um novo presidente que seja comprometido com o sucesso do time alvirrubro e que tenha autonomia para tomar as decisões que possam levar o Villa Nova ao lugar de destaque que a torcida leonina merece.
*Wagner Augusto Álvares de Freitas é Jornalista, Escritor, Historiador, Conselheiro e autor do Livro: VILLA NOVA: 100 ANOS DE GLÓRIA EM VERMELHO E BRANCO.

Nenhum comentário: