domingo, 1 de março de 2009

Rádio Esportivo

Ricardo Moreira* Fatos que acontecem com repórteres de rádio nos gramados do Rio de Janeiro, já são motivo de preocupação. O rádio esportivo no AM sempre esteve na vanguarda do futebol. A velocidade da notícia sempre foi o carro chefe desse veículo de comunicação. Tudo o que a TV usufrui, hoje, do futebol, foi o rádio quem "desfraudou". Se em cada família deste País, os vovôs e vovós são o núcleo do átomo domiciliar, isso não se emprega no velho e dinâmico rádio. O nosso "vovô" não tem o seu sagrado direito à gratuidade no "bonde" da tecnologia. O rádio viu a TV tomar conta da sua praia e à teve como aliada. Então, como todo aquele que vem, com novas idéias, alguns cariminguás e uma xenofobia latente entre suas veias capitalistas, tornou-se a pior inimiga. Repórteres são expulsos e exorcizados do seu habitat . Tá certo que dentro das quatro linhas, devido aos tempos contemporâneos televisivos, o repórter de campo se transformou num "pinico na sala". Perdeu a sua real importância. Mas, mesmo assim, fora das "sagradas" quatro linhas, nossos "infantes" do esporte, são massacrados e execrados, como se estivessem lutando nas Cruzadas. Todos nós estamos perdendo. À medida que somos colocados numa trincheira futebolística, vamos perdendo a nossa força. O pior é que, ao invés de "lutarmos", como os gregos o fizeram pelo seu arquipélago, abdicando dos seus próprios umbigos (reinos), em favor de uma causa maior; nós, estamos na contra mão dessa luta. Ridicularizamos aqueles que são "carimbados" e mal sabemos que seremos a próxima vítima, nunca será por demais clamar. A nossa ACERJ (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro) tenta fazê-lo. A inimizade entre os dois veículos de comunicação fica evidente, através do comportamento dos famigerados "cabos mens". Com braços de Hércules e um cabo que funciona como uma lâmina inimiga, eles vão destroçando quem estiver pela frente. Salve-se quem puder. A praia, agora, é deles. Nossos pobres discípulos de "Apolinho", correm de um lado para o outro, como baratas insandecidas, buscando refugio num campo de batalha. A força do rádio está presente nos jovens valores, que hoje, defendem essa bandeira. São fenônemos, que de diferentes origens, portam o mesmo estandarte. Todo o poder usado em uma transmissão televisiva, perde um pouco da vida, devido à vida que o rádio dá ao jogo. Não somos maquinistas nem telegrafistas retrógrados. Somos a alma da coisa. Somos a emoção que aqueles almofadinhas de blusas coloridas não sabem dar. Eles nem precisam narrar, haja vista, uma imagem mostra mais do que mil palavras. Mas são as nossas palavras que ecoam. O rádio sempre será contemporâneo, pois trabalha com a emoção. Mesmo o cidadão, longe dos estádios da vida; no conforto da sua poltrona; olhos fitados para a imagem; precisa de emoção. Essa emoção somos nós que passamos. O mundo, mesmo na era tecnológica e robótica, é gerenciado por nós, seres humanos. Temos sangue nas veias, pulsados e impulsionados por essa milagrosa válvula chamada coração. Se em cada coração, pulsa emoção, logo o rádio, veículo carregado da mesma, estará sempre presente na vida de todos nós. *Ricardo Moreira é Locutor Esportivo

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