sábado, 14 de fevereiro de 2009

Síndrome de Down

“Trissomia XXI ou Síndrome de Down, uma anomalia cromossômica”
Delamare M.C. Filho*
De todas as síndromes genéticas a síndrome de Down é a melhor conhecida. Foi descrita pela primeira vez em 1866 pelo médico inglês Langdon Down. Devido à aparência facial de seus portadores, alguns usam o termo, “mongolismo”, termo este não aconselhável, pois reflete um preconceito.
Para entender melhor sobre o assunto procuramos conversar com uma professora especialista nesta área e que já convive entre alunos com Síndrome de Down. A talentosa professora Lucy, que trabalha na APAE de Guaratinguetá, tem muita coisa a nos contar e relata um pouco da sua brilhante vivência pedagógica na Educação Especial.
Conversar com a professora Lucy (foto), sem dúvida é aguçar nossa curiosidade em saber mais sobre a inclusão, é saber também que o carinho e atenção são atitudes primordiais no trato às pessoas com esta síndrome que às vezes é mal interpretada.
A professora Lucy Maria Ferreira Pará não mediu esforços para esta rápida conversa e nos concedeu esta entrevista nos aclarando de forma espontânea sua experiência na educação das pessoas Down. Isto nos propiciou momentos de reflexão.
Aqui a entrevista com a professora:
O que é Síndrome de Down ou Trissomia XXI?
- É um distúrbio cromossômico causado por um acidente genético, que pode ocorrer no espermatozóide, ou no óvulo, ou após a união dos dois (ovos). O número de cromossomos presente nas células de uma pessoa é de 46 (23 do pai e 23 da mãe), e estes se dispõem em pares, formando 23 pares.
No caso da Síndrome de Down ocorre um erro na distribuição, e ao invés de 46, as células recebem 47 cromossomos. O elemento extra fica unido ao par 21 daí, o nome Trissomia XXI.
Existe alguma cura para a Síndrome de Down?
- Não. A Síndrome não é uma doença, ela é uma alteração genética, a qual não cabe reestruturação ou cura.
Como é o temperamento da criança Down?
- São pessoas extremamente dóceis, carinhosas e atenciosas. Vale lembrar que essas pessoas, assim como nós, são reflexos do meio em que vivem.
Como educar a criança Down?
- Da mesma maneira que qualquer outra pessoa que não seja "especial". Com atenção, carinho, paciência e acima de tudo, muito amor. As regras e limites são as mesmas, porém, de forma ponderada, bem específica e clara para que a criança down não se confunda. Quanto à intervenção na aprendizagem a criança down aprende no seu próprio ritmo, bem como as outras crianças. Respeitar este ritmo e aceitá-lo é incluir a pessoa down lembrando que, quando recebem todo apoio necessário dos pais, professores e terapeutas, os resultados são muito bons e às vezes surpreendentes.
A SD pode ter graus diferenciados?
- Sim. Através das atuais pesquisas, pode-se classificar a SD em graus: Leve, moderado e grave. Essa terminologia é mais usada entre nós especialistas na área. A criança grau leve, pode se tornar um adulto totalmente independente com formação superior, trabalhar, casar, e em sua maioria não associa outras deficiências.
A criança grau moderado necessita de algum tipo de dependência, pode chegar a concluir o ensino fundamental II, desenvolve dons artísticos, esportivos e, alguns casos, têm comprometimentos associados.
A criança grau grave é totalmente dependente de outra pessoa para suas necessidades de vida diária, além da Síndrome, esta criança associa outras deficiências graves, como: motora, social, emocional, além das doenças congênitas. Seu cognitivo é prejudicado a ponto de se tornar uma pessoa "especial" treinável.
Como detectar a SD nos primeiros meses de vida?
- A criança sindrômica tem características específicas que se referem à síndrome. A SD reúne vários tipos de características físicas congênitas e de personalidades. Cabelos finos e lisos, olhos ascendentes e dobras na pele nos cantos internos, pescoço curto, prega palmar única, flacidez excessiva da musculatura. Mas mesmo com a presença dessas características, é importante que o médico solicite exames de sangue e o cariótipo.
Quais são as principais doenças mais comuns que a criança Down apresenta?
- Cardiopatias, doenças respiratórias, visão, audição, e alguns comprometimentos motores.
Poderia deixar um recado aos professores que trabalham com alunos Down? - Aos profissionais em geral que trabalham com estas pessoas tão especiais deixo a seguinte mensagem:
“Eles tem muito a nos ensinar". Antes de buscarmos técnicas, aperfeiçoamentos e soluções, receba-os com muito e sincero AMOR.
* Delamare M.C. Filho é Professor

Um comentário:

Anônimo disse...

GOSTARIA DE SABER SE E FATO QUE TODO SER COM A SINDROME TEM UMA UNICA PREGA EM UMA DAS MÃOS?