ESTADO do TRIÂNGULO

A Comissão de Desenvolvimento Regional aprovou o Projeto de Decreto Legislativo 570, de 2008, do deputado federal Elismar Prado (MG), que prevê a realização de plebiscito em 66 municípios mineiros para decidir sobre a criação do Estado do Triângulo. Os municípios abrangem uma população de dois milhões de pessoas e localizam-se nas regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba. A proposta será analisada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça, antes de ser votada pelo Plenário. Histórico: A idéia da criação do Estado do Triângulo ganhou força, na década de 1960, retomada com ênfase em 1989, perdeu por 22 votos contrários de políticos da região. Em 2002 ganhou corpo novamente liderada pelas OABs de Uberaba e Uberlândia, inclusive com a realização de reuniões nas cidades de Uberaba, Uberlândia, Araxá, Sacramento, Patos de Minas, dentre outras, mas sem êxito. Estudos mostram que a região possui 133 mil quilômetros quadrados, 75 cidades com mais de dois milhões de habitantes e é responsável por cerca de 20% da receita estadual. O advogado Guido Bilharinho afirma, “temos relações sociais com o Rio de Janeiro e comerciais e culturais com São Paulo. Nossa relação com Minas é apenas burocrática”, afirma. Mas a idéia é antiga, conforme afirma o vereador Tony Carlos, “Em 1500, em virtude do descobrimento do Brasil, habitavam na região os bravios índios Caiapós, que desde aquela época eram contra qualquer tipo de dominação. Em 1534, após o massacre e expulsão destes, a região passou a pertencer a Capitania de Espírito Santo. Após o fracasso das Capitanias, a região passou para o domínio paulista, na Capitania de São Paulo, permanecendo até 1748. Neste mesmo ano, a região do Triângulo passou a pertencer a Capitania de Goiás. Somente em 1816, após um decreto real de D. João VI é que o Triângulo foi incorporado a Minas que, a princípio, era radicalmente contra, porque consideravam o Estado, demasiadamente, grande. Em 1837, 21 anos após a anexação, foi deflagrada a pedra fundamental dos movimentos emancipacionistas, quando fazendeiros de Araxá formaram o primeiro movimento pró-emancipação da região. Queriam criar a República do Araxá. Ao longo desses 184 anos que estamos em Minas, foram 12 movimentos pela emancipação da região, sendo o último em 1989, quando tentaram, via congresso nacional, a liberação de um plebiscito para uma consulta popular. Mas, por apenas 22 votos, com abstenções de políticos da região, o plebiscito não foi autorizado”. A emancipação ou criação de um novo Estado está prevista no parágrafo 3º do artigo 18 da Constituição Federal. Mas é uma tramitação complicada, primeiro o Congresso Nacional analisa a proposta, que se aprovada, é apresentada ao público por meio de um plebiscito. Após a votação, o projeto retorna ao Congresso, que apresenta o resultado à Assembléia Legislativa, no caso a de Minas Gerais. E a emancipação depende ainda da sanção do presidente da República.

Triangulinos famosos:

Grande Otelo (Uberlãndia), Alexandre Pires (Uberlãndia), Fernando Vannucci (Uberaba), Rodrigo Mendes (Uberaba), Moacir Franco (Ituiutaba), Nalva Aguiar (Tupaciguara), Denis Carvalho, Nana Gouvea e Núbia de Oliveira.