Carlos Ferreira-Juiz de Fora/MG: "Literatura"

“Tenho receio dessa concorrência desenfreada”, diz Márcio Campos Carla Soares Martin, de São Paulo Márcio Campos, Mineiro de Cruzília-MG, nascido em 06/03/1974, repórter da TV Bandeirantes, lança nesta quarta, a partir das 19h, o livro "A Tragédia de Eloá: uma sucessão de erros". Para Márcio Campos, a entrevista de veículos de comunicação com Lindemberg Alves foi o erro da imprensa. “Tenho receito dessa concorrência desenfreada que pode gerar morte”, disse o jornalista. De 14 a 17/10, o Brasil acompanhou o maior seqüestro de cárcere privado do País, em Santo André, na Grande São Paulo, envolvendo os jovens Lindemberg Alves, Eloá Cristina Pimentel e Nayara Rodrigues da Silva – Eloá foi morta, Nayara ficou ferida. Marcio Campos, também apresentador do Brasil Urgente, conta, no livro, que as entrevistas feitas com Lindemberg por emissoras de TV, rádio e veículos impressos atrapalharam as negociações. “Houve essa falha da imprensa por parte dos psicólogos e psiquiatras que entrevistei”, disse Campos. “Quem entrevistou esse seqüestrador errou”, emendou o jornalista. Na Bandeirantes, a direção decidiu não contatar o jornalista mesmo com o telefone dele em mãos. “Tenho muita felicidade em ter recebido essa orientação da chefia. Não podíamos nem ligar para Lindemberg”, conta. O repórter fala ainda da relação da imprensa com a polícia. No começo do seqüestro, classifica o relacionamento como de “respeito”. Depois da entrevista, de “tensão”. Ameaça de traficantesEm "A Tragédia de Eloá", o jornalista também relata a ameaça que as equipes de televisão sofreram ao posicionar suas câmeras na região pobre em que Lindemberg mantinha refém Eloá. “Estávamos posicionados em outro apartamento, numa rua paralela. Quando o seqüestro terminou, traficantes pressionaram para que saíssemos de lá. A TV Globo teve o cabo de áudio cortado. A equipe da TV Record teve uma arma apontada na cabeça”, disse. Erro da família

Para Máarcio Campos, o caso de Eloá Cristina Pimentel também é um caso de reflexão para a família. “Eu vou ser sincero. Se minha filha, de 12 anos, quisesse namorar um rapaz de 19 anos, eu iria conversar com ela, de pai para filha, e com o rapaz também”, disse. O repórter do Brasil Urgente foi contatado pela Editora Landscape para escrever o livro, “para levar essa discussão para a sociedade”. Escreveu a obra em sete, oito dias. “Conheço escritores que fazem uma novela numa madrugada”, contrapôs. Para quem acredita que Marcio Campos está aproveitando a tragédia, o jornalista responde: “No caso do primeiro presidente negro dos Estados Unidos [Barack Obama], o mercado editorial norte-americano já publicou v

ários intantan books. No Brasil não temos esta cultura”, afirmou. "A Tragédia de Eloá – Uma Sucessão de Erros",