terça-feira, 18 de novembro de 2008

Eleições

Apresentadores de rádio e TV ganham espaço na disputa eleitoral por aparecerem na mídia Comunicadores de rádio e TV tem sido um bom negócio para os partidos políticos. Por aparecerem na mídia e terem um espaço permanente para fazer suas campanhas, radialistas, apresentadores e artistas angariam muitos votos, o que acaba gerando descontentamento de outros candidatos. Para o deputado Custódio de Mattos (PSDB-MG) - que em 2004 perdeu as eleições da Prefeitura de Juiz de Fora para o radialista Carlos Alberto Bejani (PTB), que renunciou ao cargo após ser preso - "esse fenômeno é uma deformação sintomática do nosso sistema eleitoral. Isso acontece porque o único critério dos partidos é quem tem voto. E isso é um convite a esse tipo de candidato-celebridade".
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Arthur Virgílio Neto (AM), líder do PSDB no Senado, quer aprovar uma legislação proibindo radialistas a apresentadores de TV de aparecer em programas no ano anterior às eleições. "É um absurdo os radialistas ficarem fazendo campanha diariamente, durante os quatro anos que estão no mandato", afirmou Virgílio, que teve seu candidato à Prefeitura de Manaus, o atual prefeito Serafim Correa (PSB), derrotado pelo ex-governador Amazonino Mandes (PTVB), cujo vice é o deputado e radialista Carlos Souza (PP).
Os principais responsáveis pela eleição de radialistas e apresentadores de TV, de acordo com Antonio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), são os programas com caráter assistencialista. Como exemplo, ele citou ao Estadão o caso da recém-eleita prefeita de Natal, Micarla de Souza (PV). Ela apresentava um programa de TV e seu pai, o falecido senador Carlos Alberto de Souza, foi um conhecido radialista no Rio Grande do Norte. "Com certeza essa eleição da Micarla tem um rescaldo do programa de seu pai, que tinha um caráter bem assistencialista", disse Queiroz. Para ele, em momentos de crise as celebridades são mais valorizadas; em 2006, com o mensalão e a história dos sanguessugas, treze comunicadores foram eleitos deputados, entre eles o apresentador Clodovil Hernandes (PR-SP) e o músico Frank Aguiar (PTB-SP).
Mas o fato de aparecer na mídia sempre colaborou com os políticos: Marta Suplicy, candidata derrotada à Prefeitura de São Paulo, ficou conhecida nacionalmente ao comandar um programa de TV sobre sexo. "Fica muito difícil nós concorrermos com esses caras. É uma concorrência desigual todo dia", afirmou o recém-eleito prefeito de Joinville (SC), Carlito Merss (PT). Fonte: Portal Imprensa

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