terça-feira, 18 de novembro de 2008

Calçadão, uma triste realidade

Ao passar pelo Calçadão da Halfeld nesta terça-feira, 18/11, tive a triste impressão de estar chegando a um cemitério, tamanho aspecto fúnebre ali instalado pela "nova" iluminação pública. A história e os fatos nos contam que o calçadão sempre inspirou modernidade, bom gosto, futurismo, apesar de alguns prédios sem conservação, falta de adequação com o espaço público (em dia de chuva um vendedor de amendoim consegue atravessar sua carrocinha na entrada de uma galeria, sem ser incomodado pela "fiscalização") e dos golpistas que ali ficam aguardandando as velhinhas metidas a espertas para aplicar seus golpes. O calçadão tem a maior concentração de agências bancárias, lojas de departamentos e telefonias.Concentração de desocupados e passagem de mulheres bonitas, pessoas apressadas, outras, nem tanto. O nome Halfeld remete aos alemães que aqui chegaram e fundaram uma nova cidade. Há historiadores que afirmam, desconheço os motivos, de que foi Antonio Dias Tostes, o fundador da cidade. Diverge quanto ao fundador sem desconhecer o local em que tudo começou, o morro da boiada.
Qualquer que seja seu fundador, o calçadão não honra sua origem. Conseguiram nos últimos tempos favelizar esse local que é, ou foi, um dos principais cartões postais da cidade. Permitem, ou se omitem, perante uma feira de artesanatos em que se vende tênis "importado" do Paraguai, calça jeans vendidas na rua Tereza, de Petrópolis, outros de procedência, no mínimo duvidosa, como se artesanato fosse, em detrimento de alguns verdadeiros artesãos que dali tiram o seu sustento e de sua família. As luminárias ali colocadas ao que tudo indica, foram copiadas das existentes na praça da Estação. As de lá sim, combinam com o conjunto arquitetônico do entorno da praça. Uma modificação desse porte não pode ser feito ao gosto de seu governante e sim, de um grupo, classe (engenheiros e arquitetos), comerciantes ali estabelecidos, e se possível, da população. Os problemas dos bairros são inerentes aos seus moradores, os do centro, em especial, o calçadão, são de toda população. A vontade do dono é empreendida em suas empresas, se as possuírem, casas e clubes, o que não é o caso de uma prefeitura. Qual o destino dos antigos postes que foram retirados? Serão alocados para algumas praças, das muitas existentes, sem ou pouco iluminadas? O desfecho da "operação colírio", foi um autêntico "AREIA NOS OLHOS"

4 comentários:

- disse...

Prezado Carlos Ferreira

Li com atenção o artigo sobre o referido logradouro no centro de Juiz de Fora que você tão bem descreveu.

Mas há de se observar que se trata de uma triste realidade dos tempos modernosos.

Parece que não temos para onde correr. Teoricamente, o único caminho seria voltar para a roça longe das coisas que os tempos atuais nos exigem.

Somos do tempo em que se pedia benção aos pais, respeitávamos os mais velhos, ligava-se o rádio e ouvia música e programas que não ofendiam nossos tímpanos nem tampouco nossa sensibilidade.

Será que a gente era mesmo feliz e não sabia???

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