CULTURA Parte de verba de 2007 só foi liberada ontem
Prefeitura suspende Lei Murilo Mendes
Joarle Magalhães
Com atraso de, no mínimo, três meses, os 89 projetos culturais beneficiados pela Lei
Murilo Mendes, edição 2007, receberam, ontem, a última parcela da verba de R$ 1 milhão
oferecida pela Prefeitura de Juiz de Fora. O depósito põe fim às dúvidas dos produtores
culturais, que temiam ficar sem o dinheiro, devido às ameaças do prefeito José Eduardo Araújo (PR) de não pagar, por causa do rombo nos cofres municipais.
O pagamento da terceira parcela, no entanto, é boa notícia somente para quem já foi
contemplado com a Murilo Mendes. Ontem, o superintendente da Funalfa, Toninho Dutra,
confirmou que não haverá lançamento de edital em 2008.
— Para eu lançar o edital, (a Funalfa) teria que ter R$ 1 milhão em caixa e não temos.
Acredito que o próximo prefeito poderá assumir cinco editais em quatro anos — declarou.
A liberação da terceira parcela, de R$ 350 mil, segundo o superintendente, só foi possível
graças a uma “economia absurda”. Ele afirma que não existia recurso e foi necessária
“reordenação das despesas” para efetuar os pagamentos. Entre as medidas adotadas, redução
de contas de luz e telefone e suspensão de projetos.
A atual falta de dinheiro contrasta com os tempos de “Ação e Resultado”. No último dezembro,
o então prefeito Alberto Bejani (sem partido) chegou a anunciar que R$ 1,5 milhão seriam
destinados à Lei Murilo Mendes nesse ano, o que não se confirmou. Agora, os produtores
culturais trabalham contra o tempo para reduzir os atrasos na
execução dos projetos.
— Meu cronograma inicial era lançar o livro em maio, tive que adiar a impressão na gráfica
e não pude assumir compromissos.
Não achava que fosse demorar tanto para a verba sair — conta Juliano Nery, que lançará um livro com a verba recebida.
Problema semelhante enfrenta a banda Eminência Parda, que recebeu cerca de R$ 18 mil para a gravação de um DVD.
— Gravamos em junho e podíamos estar com o material pronto. Vamos ter que correr
para conseguir lançar até o final do ano — afirma o guitarrista do grupo, Wesley Carvalho.
Fonte: JFhoje
Quando penso que já chegamos ao fundo do poço no trato com a coisa pública em nossa cidade, percebo, lamentavelmente, que esse poço não tem fundo.
Pobre Juiz de Fora!!!
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