29 de Agosto, dia de combate ao tabagismo

Lédio Carmona* O câncer de pulmão, uma das maiores pragas do planeta, fruto de outra desgraça, o cigarro, matou mais um. Agora, um símbolo da minha infância. Moisés, o Xerife, aquele que dizia que zagueiro que se prezasse não deveria ganhar o Troféu Belfort Duarte, morreu na última terça-feira, 26/08, aos 59 anos. Grande figura, bom zagueiro. Duríssimo, porém querido até entre os atacantes. Lembro de Moisés, campeão brasileiro pelo Vasco, em 1974. Lembro de Moisés, improvisado na lateral-esquerda, e fazendo, sem querer, um gol decisivo numa final do terceiro turno contra o Flamengo, em 1975. Lembro de Moisés, campeão paulista pelo Corinthians, em 1977, dando fim ao jejum de 23 anos da Fiel. Lembro de Moisés, reserva de Rondinelli, no Flamengo, campeão estadual, de 1979. Lembro de Moisés, em fim de carreira, em 1979, no Fluminense. Lembro de Moisés, fechando o ciclo no Bangu, de Castor de Andrade, a partir de 1980. E lembro de, já como jornalista, acompanhar Moisés como treinador do Bangu, na segunda metade dos anos 80 - era o técnico na final contra o Coritiba, em 1985. Moisés era um personagem. Daqueles que temos pouco hoje em dia. Piadista, bem humorado, bom jogador, bom treinador, mas sem paciência para sobreviver com o lobby do dia-a-dia. O xerife deixará saudade. Maldita praga. *Lédio Carmona é Jornalista

Em Tempo: Como zagueiro, Moisés foi o primeiro jogador brasileiro a vestir a camisa do Paris Saint-Germain, antes mesmo do Abel (Abel Braga, atual técnico de futebol). Moisés deixou a viúva Eliete e três filhos, Moisés Filho, Vanessa, que é dentista, e Iaponã.

Ficha: Nome: Moisés Matias de Andrade

Clubes em que atuou: Bonsucesso, Botafogo, Vasco da Gama, Flamengo, Corinthians e Paris-Saint Germain. Também defendeu a seleção brasileira.

Curiosidade: Defendeu o Corinthians entre 76 e 78 e ajudou o clube do Parque São Jorge a superar a interminável fila de 23 anos sem título no Campeonato Paulista. No Timão, disputou 122 jogos e marcou apenas um gol contra.