quarta-feira, 18 de junho de 2008

Operação De volta para Pasárgada

3% para o PTB 
Desconto partidário de comissionado é suspenso 

A decisão do prefeito José Eduardo Araújo (PR) de extinguir a contribuição partidária descontada na folha de pagamento dos funcionários comissionados caiu como uma bomba na direção do PTB de Juiz de Fora. O partido, que nos últimos três anos e meio arrecadava cerca de R$ 50 mil por mês, vai ter que sobreviver com pouco menos de R$ 5 mil. Como não bastasse, os dirigentes terão que assumir uma dívida da ordem de R$ 100 mil e outros compromissos que, até o final do ano, devem somar R$ 80 mil. A situação chamou a atenção de integrantes da direção nacional do PTB, que no último sábado estiveram em Juiz de Fora para se reunirem com o presidente local, Rogério Ghedin, e os dois vereadores da legenda Vicente de Paulo Oliveira (Vicentão) e Luiz Otávio Coelho (Pardal). Hoje, conforme apurou a Tribuna, o diretório estadual deve se pronunciar e dissolver a comissão provisória. Sem representação no município, os pedidos de expulsão do ex-prefeito Alberto Bejani e da ex-secretária de Política Social, Vanessa Loçasso Bejani, devem ser avaliados pela Comissão de Ética do PTB em Minas. A recomendação de dirigentes da legenda no estado ouvidos pela Tribuna é pela exclusão com rito sumário. O mesmo desejo teria sido revelado pelos membros do diretório nacional que estiveram em Juiz de Fora. Em relação à dívida, que pode chegar a R$ 180 mil, o entendimento é de que o presidente da comissão provisória assuma todo o passivo. Para Rogério Ghedin, a situação é difícil, mas não desesperadora. Ele nega qualquer ameaça de dissolução da representação local petebista. “Estamos trabalhando a questão de alianças para as eleições. O PTB tem um bom tempo de TV e devemos nos preocupar com isso”. Quanto às contas do partido, Ghedin confirma que há compromissos empenhados, mas com previsão de recursos. Mesmo assim, ele disse que vai enxugar a máquina partidária. “Hoje, temos dez funcionários e três veículos rodando diariamente. Com certeza vamos diminuir a estrutura”. As despesas da comissão provisória local, segundo Ghedin, chegam a R$ 40 mil mensais. “Temos o aluguel e os encargos, que puxam as contas para cima”. A considerar o período de vigência da contribuição partidária instituída por Bejani, o PTB movimentou cerca de R$ 1,8 milhão nos últimos três anos e seis meses. Nesse período, o partido chegou a ter sete vereadores e ações em espalhadas por a cidade. Atualmente, com apenas dois vereadores, não há qualquer provisão de recursos para a campanha. Mesmo assim, na avaliação de Rogério Ghedin, a legenda deve alcançar 30 mil votos nas eleições de outubro. Isso, é claro, sem candidato majoritário. 

Nenhum comentário: