A Maior Riqueza de um Povo

Heitor Reis *

É muito estimulante participar de várias listas de discussão (grupos de relacionamento) na rede mundial de computadores (RMC) ou "internet". Ao receber idéias de várias pessoas, sou motivado a pensar sobre elas e, em alguns casos, ouso aprimorá-las. Ou piorá-las, conforme defendem alguns... Afinal, não dá para agradar gregos, troianos e flamenguistas simultaneamente! Mas, ao pesquisar na RMC e ver vão parar meus artigos, constato que, pelo menos, estão dando o que falar... Dialeticamente.

A maior riqueza de uma pessoa está relacionada com o grau de conhecimento e cultura que ela possui..."Já eu, defendo que o caráter de uma pessoa possui valor superior ao seu grau de conhecimento e de cultura. Isto é, para duas pessoas com o mesmo grau de conhecimento e cultura, a que tiver um caráter mais elevado, com valores éticos superiores, possui uma riqueza maior. Ela usa este conhecimento e esta cultura para o benefício de seu próximo, da humanidade, das próximas gerações, da Natureza, etc.? Ou apenas para obter lucro pessoal, individual e particular, buscando somente vantagens egoístas e materiais a qualquer custo? Tem energia e disposição para prejudicar seus próprios interesses e sacrificá-los para o bem de terceiros? Usando a máxima do cristianismo, tão esculhambada ultimamente: Ama o próximo como a si mesmo? [Não] Faz ao outro o que [ não] gostaria que fosse feito a si mesmo? A Trilogia Analítica estuda a psicopatologia da ganância por riqueza e os aspectos mais profundos de outros problemas humanos."A grandeza de um país não se mede pela extensão de seu território, mas pelo caráter de seu povo". (Colbert)Vou mais além:A grandeza (ou riqueza) de um país (ou de uma pessoa) não se mede pela extensão de seu território, pelo número de sua população, pelo seu conhecimento científico, cultural e nem pelo efetivo de suas tropas, mas pelo caráter de seu povo. Foi assim que os EUA foram expulsos do Vietnan e estão comendo o pão que o diabo amassou, no Iraque e Afganistão. Os judeus que hoje, infelizmente, descontam nos palestinos o que lhes fizeram os nazistas, mesmo sendo um povo pequeno e cruel, por compactuar com a mesquinhez e maldade de seus líderes, dominam os EUA e os usam para defender seus interesses. Raros são os que tem conhecimento do que seja AIPAC - American Israel Public Affairs Committee.

O grande diferencial é que dão um valor absoluto à educação de seus filhos e na transmissão do conhecimento adquirido pelos antepassados, coisa que abdicamos há muito tempo. As leis são feitas por nossos políticos, “exemplos” de conduta moral e ética. Sinceramente, caros leitores, vocês realmente acreditam que esses pulhas irão fazer leis capazes de colocar eles próprios na cadeia? Acredito que não, defendia eu a seguinte tese: Não seriam os pulhas que legislam, legítimos representantes dos pulhas que os elegem? Não seriam os eleitores também “exemplos” de conduta moral e ética? Cada povo não tem o governo, a igreja e o futebol que merecem? Ou nossos legisladores vieram de outro país? Infelizmente, a classe trabalhadora é a grande maioria de nosso povo (de qualquer povo) e está escravizada por 1 % da população que detém a metade de nossa riqueza ou por 10 % que detém 3/4. Como tão poucos podem dominar tantos, furtando-lhes o valor do trabalho, os impostos e a própria consciência de seus direitos e deveres? Somente uma minoria organizada é capaz de tamanha façanha, aproveitando-se de uma maioria desorganizada, alienada e incompetente, hipnotizada pelos grandes meios de comunicação, incapaz de usufruir de sua potencialidade para determinar os destinos desta grande nação, cujo povo não tem uma grandeza de caráter proporcional. Considero o trabalhador, contribuinte, eleitor e pseudocidadão brasileiro (raros são os cidadãos de fato) responsável por todas as distorções existentes no pais. Não por ação, mas por omissão, diante das ações dos ricos que controlam o Estado, o sistema de ensino e os meios de comunicação. Defendo que não estamos em uma democracia de verdade e que cada povo tem o governo que merece. E que o sistema de ensino e de comunicação é parte fundamental para manter esta dominação que o povo brasileiro aceita passivamente. Irresponsavelmente. Estamos educando nossos filhos para as novas gerações não sejam tão frouxas e submissas quanto as anteriores? Enquanto nosso povo não se sentir efetivamente responsável e culpado pelo resultado produzido pela sociedade brasileira, nada vai mudar. Por que a culpa será sempre dos outros?

*Heitor Reis é Engenheiro Civil