quarta-feira, 19 de março de 2008

‘O fim da Internet’ por Iara Rech
Este é o título de um debate marcado para o próximo mês de abril para uma conferência de tecnologia em Boston, com a presença de especialistas, fabricantes e usuários. Nos últimos meses tem se verificado uma crescente preocupação com o fluxo de dados pela internet. Até já existe uma data marcada para este “fim da internet”: 2011. A ameaça, segundo alguns grupos do setor, analistas e pesquisadores, deriva principalmente da crescente riqueza visual das comunicações e entretenimento on line, com vídeo-clips, filmes, redes sociais e jogos para multijogadores. As imagens em movimento, bem mais do que as palavras e sons, são rios volumosos de bits digitais enquanto percorrem as conexões e portas, exigindo, no jargão do setor, uma maior largura de banda, permitindo maior fluxo de dados. No ano passado, segundo estimativas, o site de vídeo YouTube, de propriedade da Google, consumiu mais largura de banda do que toda a internet em 2000. Em um relatório amplamente citado, da especialista inglesa em tecnologia Nemesis, o aumento do tráfego na internet representa mais um desafio que se aproxima do que uma iminente catástrofe. Mesmo aqueles mais preocupados não estão prevendo um apagão da internet. Um usuário individual, eles dizem, experimentaria um congestionamento da rede na forma de velocidades lentas de download e na frustação com o fato de serviços em dados se tornarem menos úteis ou pesados. “A internet não entrará em colapso, mas haverá um crescente número de coisas que não poderão ser feitas on line”, conclui Johana Till Johnson, presidente da Nemesis Research, que previu a crise, dentro de uma demanda que apresenta crescimento de 100% por ano. Outros estão um pouco mais otimistas, pelo menos no curto prazo. Andrew Odyziko, um professor da Universidade de Minnesota, estima um crescimento de 50%: “Mesmo assim é altamente preocupante”, ele alerta. As empresas fabricam equipamentos cada vez mais modernos, mas o grande desafio os governos é que terão de enfrentar: a questão da gravidade do problema é mais do que técnica, já que afetará a forma e o custo da política em infraestrutura em banda larga.

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