domingo, 9 de março de 2008

BR-393 mostra o perigoso retrato da omissão

Rodovia que interliga municípios da Zona da Mata está intransitável, apesar dos apelos de prefeitos e de moradores. Além do perigo, região sofre grande prejuízo. Ricardo Beghini - Estado de Minas. Em alguns trechos o asfalto desapareceu e os carros trafegam com lentidão. Além Paraíba - Retrato do descaso com a malha rodoviária federal que corta Minas Gerais, os 38 quilômetros da BR-393 – que inteliga os municípios de Além Paraíba, Volta Grande, Estrela Dalva e Pirapetinga, na Zona da Mata – põem em xeque a seriedade dos programas de recuperação de estradas no país. A pista passou por uma operação tapa-buracos no ano passado, mas crateras maiores e até mais profundas ressurgiram em pouco tempo e tomam conta da pista, prejudicada também pela falta de acostamento, mato alto e barrancos, que ameaçam desmoronar. O Estado de Minas, assim como fez com as BRs 381, 354 e 135, percorreu a 393, condenada até pelo superintendente regional do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Fernando Guimarães Rodrigues, e constatou as péssimas condições da estrada, que levaram o Ministério Público Federal (MPF) a ajuizar ação civil pública na 2ª Vara da Justiça Federal de Juiz de Fora, no dia 20. A Procuradoria da República quer o fechamento da rodovia, até que os problemas sejam sanados pelo Dnit. Se a solicitação for atendida pela Justiça, o órgão deverá manter o tráfego em apenas um sentido durante 30 dias para fazer as reformas. Se não começar as obras, o tráfego será interrompido nos dois sentidos. Os planos de emergência do Dnit de Leopoldina para a BR-393, traçados antes da ação do MPF, não são animadores para os motoristas. De acordo com o supervisor regional, Celso Machado, o serviço previsto é paliativo, seguindo os moldes da última operação tapa-buracos. A licitação ainda tramita no departamento. "A obra tem que ser feita antes do período das chuvas", alerta Machado, ao admitir que só uma restauração profunda vai melhorar a pista. "Tenho, muita vezes, que invadir a contramão, correndo o risco de bater em outro veículo", afirma o vendedor Márcio Titoneli, que usa a 393 uma vez por semana. Motorista de uma caminhonete, ele é um dos muitos que tiveram o pneu do carro furado no percurso. "Tive dificuldade para fazer a troca. Era tardinha e não havia acostamento", acrescenta. Por causa da insegurança, Titoneli já pensa em mudar de trajeto entre a sede da empresa, em Cataguases, até Pirapetinga, aumentando a viagem em 40 quilômetros. De janeiro a julho houve 59 acidentes na rodovia. Trinta e nove pessoas ficaram feridas, quatro em estado grave, e uma morreu. Para complicar a situação, a fiscalização é de responsabilidade do 3º Grupamento de Polícia Rodoviária Estadual de Dona Euzébia, que fica a 80 quilômetros da 393. "A estrada nos foi delegada por meio de convênio entre a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal (PRF)", revela o sargento Ronald Abati Correia, comandante do grupamento. Na prática, a fiscalização e até o registro de ocorrências são feitos por policiais militares das cidades ao longo da rodovia. "Todas as noites fazemos uma patrulha", conta o sargento José Maçal, comandante do destacamento de Volta Grande. Segundo ele, uma quadrilha, presa há três meses, aproveitava a baixa velocidade dos veículos para assaltar motoristas. fonte: http://www.uai.com.br COMENTÁRIO: Carlos Ferreira Essa matéria do Jornalista Ricardo Beghini (sucursal do jornal Estado de Minas em Juiz de Fora) só repercutiu a parte mineira da rodovia, o que é o propósito do jornal. A outra parte, que vai de Além Pararaíba até Barra Mansa (liga a BR 116 em Além Paraíba, com a mesma BR 116/ via Dutra, em Barra Mansa), tendo que usar o perímetro urbano de Volta Redonda, também está em situação precária. Nas proximidades de Barra do Piraí, os "gênios" do DNIT, colocaram redutores de velocidade na curva para "solucionar" as ondulações na pista. Quem sai do Noroeste Fluminense e parte da Zona da Mata não pode usar o perímetro urbano de Volta Redonda. Tem que haver um desvio. Há também um projeto de se fazer uma ligação da BR 040, na altura de Juiz de Fora, com a via Dutra, nas proximidades de Rezende, evitando passar por Três Rios, Paraíba do Sul, Vassouras, Barra do Piraí, Volta Redonda e Barra Mansa. Beneficiando cidades da Zona da Mata e Sul de Minas As atuais rodovias não são compatíveis com o fluxo de veículos e nem com a tecnologia e desempenho dos veículos que saem das montadoras. Quando foram construídas, o limite de velocidade era 80 Km/h.

Um comentário:

Anônimo disse...

Infelizmente, já enviamos e-mail, cartas, para várias autoridades e nada foi feito. Na operação "Tapa Buracos" fizeram obras tão vergonhosas que só fez piorar a situação tão logo chegou o perido de chuvas.