quinta-feira, 23 de abril de 2020

Literatura

"VIDA DO VIAJANTE: A SAGA DE LUIZ GONZAGA"

Tão longe chegou o canto de Gonzaga que quem rebobina sua saga é Dominique Dreyfus. Sua intimidade com o rei do baião vem desde a infância, passada dos dois aos treze anos na cidade pernambucana de Garanhuns. Dominique recebeu a notícia da morte de Gonzaga numa madrugada em Paris, pela voz entristecida de João Gilberto, o papa dos desafinados, autor do baião "Bim Bom". Ao colocar o Nordeste no mapa da MPB, o frondoso Gonzagão ainda espalhou descendentes artíticos de várias estirpes, do pornoxaxado de duplo sentido de Genival Lacerda ao pop cult de Gilberto Gil e Caetano Veloso. De Alceu Valença a Raul Seixas, de Elba Ramalho a Geraldo Azevedo - numa ramificação de estilos que deságua no mangue beat de Chico Science, Mundo Livre e Mestre Ambrósio - todos de alguma forma são seus súditos. O reio do baião vai para o trono da eternidade.

A autora
Dominique Dreyfus, uma francesa de Poitiers, livre-docente em Letras e Literatura, formada na Sorbonne. Ela foi redatora-chefe da revista Guitare & Clavier, dirigiu a edição francesa da revista Rolling Stone, trabalhou como repórter de cultura do Jornal Libération e comandou ainda a Rádio Latina de Paris.

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