segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Literatura

"Cariocas do brejo entrando no ar - O rádio e a televisão na construção da identidade de Juiz de Fora (1940-1960)."

De autoria dos jornalistas Flávio Lins e Cristina Brandão, a obra apresenta uma pesquisa calcada nas origens da identidade do mineiro habitante de Juiz de Fora que, pela proximidade com o Rio de Janeiro, recebeu a alcunha de "carioca do brejo".

Quando os eletrônicos de Comunicação chegaram à cidade - rádio e depois, a televisão - acentuou-se a proximidade geográfica e identitária entre as duas cidades. As transmissões radiofônicas feitas em Juiz de Fora já revelava a inspiração dos modelos de programas veiculados pela rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Criaram-se, na cidade, departamentos de produção radiofônica tal qual fazia-se no centro cultural divulgador de valores sociais e comportamentais que era o Rio de Janeiro. O intercâmbio entre scripts de programas e vindas de artistas cariocas à cidade marcam essa tendência do juizforano a se inspirar na vida praiana e seu carisma.

Mais tarde, quando começam as produções televisivas realizadas, empiricamente, nos anos 1960, com a TV Mariano Procópio, (afiliada dos Diários Associados na cidade) e veiculadas para a região sudeste do país, foi possível traçarmos, nessa pesquisa, um histórico da primeira emissora de TV do interior na América Latina, a partir de informações em jornais, revistas, livros e história oral, abordando especialmente o material telejornalístico produzido, do qual só existem vestígios.

O trabalho realiza investigação documental e entrevistas com profissionais pioneiros do rádio e da televisão em Minas, propondo um resgate da memória audiovisual de Juiz de Fora e o reconhecimento do papel da TV Mariano Procópio na formação da identidade do chamado "carioca do brejo".

O livro torna possível o acesso de todos a uma parte relevante da história da cidade e sua aproximação com as influências culturais e sociais que partiram do grande centro nacional de divulgação de ideias e formação identitárias que foi o Rio de Janeiro, sobretudo depois da chegada do rádio e da televisão, uma vez que ambos estavam entre os principais veículos de comunicação divulgadores de modos de consumo e de comportamento sociais.

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