por Carla Detoni*
O recital de formatura "As Africanias como Matriz da Música Americana e Brasileira" está marcado para as 19h30 no auditório Geraldo Pereira, no Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF. No evento, o formando apresenta temas que representam a influência da música africana na formação da música brasileira e americana. Os compositores brasileiros Heitor Villa-Lobos, Waldemar Henrique, Francisco Mignone, Dori Caymmi, e os americanos Scott Joplin, Geroge Gershwin e Spirituals, ente outros, estarão no programa do recital, que será acompanhado pela pianista Juliana Costa. O Coral da UFJF, a soprano Michelle Flores, o violonista Rodrigo Scafuto e o percussionista Guilherme Oliveira participam em algumas canções. O evento é aberto ao público.
As Africanias como Matriz da Música Americana e Brasileira
A musicalidade sempre esteve presente nas aspirações e lutas por liberdade dos negros, desde que aportaram nas Américas; quando foram trazidos para serem escravizados, até a contemporaneidade. Grande parte da cultura dos negros foi reprimida, mas, ainda assim, seus opressores não puderam remover a música, que era a expressão da alma deste povo. Ano após ano os escravos e seus descendentes permitiram a influência do cristianismo, que era a religião de seus senhores. Os cantos, as harmonias e, principalmente, os ritmos de origem afro também foram se misturando à cultura imperialista, além de serem parte integrante do dia a dia do africano, pois esses elementos musicais eram produzidos e usufruídos nos trabalhos, nas caçadas, nas festas, enfim, na vida. O recital, “As Africanias como Matriz da Música Americana e Brasileira”, apresenta-se como elemento condutor da grande herança ancestral e cultural da Mãe África à música americana e brasileira. Esse trabalho pretende mostrar as influências, os estilos e a cultura africana vivos na música erudita e popular em diversos períodos. E sim, “As Africanias como Matriz da Música Americana e Brasileira” pretende tornar-se um símbolo de resistência.
Elmir Santos:
Nascido na cidade de Juiz de Fora-MG, em agosto de 1983, Elmir Pedro dos Santos iniciou seus estudos musicais aos 10 anos através do projeto municipal “Coral das Escolas Municipais”. Nessa época, estudou canto lírico com as professoras Simone Santos, Fabiana Silva e Carla Rosa. Já em 2007, formou-se em Canto pela Bituca - Universidade de Música Popular, em Barbacena, onde foi aluno de Babaya, preparadora vocal de Milton Nascimento. No mesmo ano, formou-se em piano pelo Conservatório Estadual de Música Haideè França Americano, em Juiz de Fora. Em 2012, iniciou seus estudos no Curso de Música da Universidade Federal de Juiz de Fora, com habilitação em Canto. Tornou-se, em 2015, membro do Coral da instituição federal de ensino, como barítono. Foi bolsista da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FULNALFA) e da Faculdade de Música da UFJF, como auxiliar de professores no curso de canto, e iniciou seu trabalho como professor do curso livre de canto da Scala Escola de Música. Dono de uma voz grave e marcante, e de um carisma irresistível, Elmir Santos também transita pela música popular, por meio de apresentações à frente da banda mineira Zé do Black, desde 2015. Em dois anos de banda, o vocalista participou de mais de cinquenta eventos divulgando e vivenciando a cultura afro-brasileira em cidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em 2017, Elmir realiza mais um sonho: gradua-se em canto pela Universidade Federal de Juiz de Fora. A representatividade dessa colação vai além do grau acadêmico, já que Elmir Santos é o primeiro negro graduado em Canto pela UFJF. Anteriormente, a soprano Michelle Flores realizou o feito, representando a negritude feminina entre os formandos em Canto da UFJF.
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
17 de maio de 2017 – quarta-feira – 19h30m
Recital de Conclusão do Curso de Bacharelado em Música:
As Africanias como Matriz da Música Americana e Brasileira
Formando: Elmir Pedro dos Santos
Classe das professoras: Taís Bandeira e Maíra Lautert
Pianista acompanhadora: Juliana Costa
Aberto ao público
Aberto ao público
*Carla Detoni é jornalista
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