Preguinho, um mito tricolor
Mais do que um ser humano, mais do que um atleta, João Coelho
Netto, ou melhor, Preguinho, é uma lenda. Trata-se de um ícone do Fluminense
Football Club, e não apenas do futebol. É simplesmente o maior atleta da
história do nosso clube.
Antes de mais nada, Preguinho vem de uma família cuja história
se confunde com a própria história do Fluminense. Filho do escritor Coelho Netto
e irmão, entre outros, de Emmanuel Coelho Netto, o Mano, e de Paulo Coelho
Netto. O primeiro, ponta direita do time tricampeão de 1917, 1918 e 1919,
falecido em 1922 em decorrência de complicações oriundas de uma contusão
ocorrida nos gramados, defendendo o Fluminense. O segundo, historiador oficial
do Fluminense, que, entre outras obras, esmiuçou de forma completíssima a
trajetória do clube no período compreendido entra 1902 e 1968, nos dois volumes
do livro “História do Fluminense”.
Preguinho cresceu dentro do clube. É um grande símbolo da era
romântica do esporte. Não há paralelo para sua trajetória desportiva, ou se há,
desconhecemos. No futebol, Preguinho atuou 174 vezes pelo time principal do
Fluminense entre 1925 e 1938, marcando 128 gols. Há ainda o registro de pelo
menos mais 48 gols pelo time de amadores do clube. Explica-se: com o advento do
profissionalismo em 1933, foi criada uma categoria de amadores, com campeonato
próprio, para os atletas que, assim como Preguinho, recusavam-se a receber
salários. Para Preguinho, não fazia sentido ser pago para defender o clube que
amava. Nunca se furtou em ajudar o time profissional nas ocasiões em que foi
chamado a partir de então, mas sempre com a condição de não receber nenhum
tostão.
Além de ser atleta de futebol, Preguinho praticou outras oito
modalidades esportivas pelo tricolor: atletismo, basquete, hóquei sobre patins,
natação, pólo aquático, remo, saltos ornamentais e voleibol. Conquistou 387
medalhas, a maioria de ouro, e 55 títulos com nossa camisa. Entre seus feitos,
consta que, em 1925, após conquistar uma prova de natação, tomou um táxi às
pressas rumo às Laranjeiras, a tempo de participar da decisão do Torneio Início
de futebol (e vencê-la).
Como se não bastasse, Preguinho defendeu ainda por diversas
vezes a Seleção Brasileira, e teve a honra de ser o autor do primeiro gol
brasileiro em Copas do Mundo, em 1930, no Uruguai.
Preguinho faleceu no dia 11 de outubro de 1979, deixando um
legado desportivo inigualável.
Colaberação: Alexandre Berwanger
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