por Afonso Romano de Sant'Ana
Dizem que Juiz de Fora é a cidade carioca mais perto de Minas. Quando passa por lá um ônibus que vai do Rio para Belo Horizonte, Quando a estrada União Indústria foi corrigida, e em vez de cinco horas, o Rio ficou a duas horas de viagem, o pessoal de Juiz de Fora começou a reclamar da maresia. E criaram a linha Parque Halfeld/Leblon.
Quando eu vivi lá, no Grupo Escolar Fernando Lobo ou no Granbery, cantávamos o hino da cidade: “Viva a Princesa de Minas, viva a bela Juiz de Fora/ que caminha na vanguarda/do progresso estrada afora.
Rachel Jardim cantava esse hino. Fernando Gabeira cantava esse hino. Querem mais? José Rubem Fonseca, Pedro Nava, Murilo Mendes e, claro, os Arcuri responsáveis pelos prédios preciosos da cidade, o poeta Belmiro Braga, o historiador Dormevelly Nóbrega, e as abastadas famílias Hargreaves e Penido cantavam assim.
E até minha mãe que em Juiz de Fora nasceu, cantava orgulhosamente essa letra. Ela, seus irmãos e meu avô Affonso Romano, que veio da Itália no final do século XIX. Morava lá na Tapera, mas cantava o mesmo hino.
As fábricas de Juiz de Fora eram famosas. E minha mãe e suas irmãs trabalharam, como operárias, na Bernardo Mascarenhas.
Os colégios religiosos de Juiz de Fora eram famosos e acolhiam jovens de todo o país. E o Granbery teria sido a primeira universidade brasileira, não fossem as querelas religiosas.
Frequentávamos o lindo Museu Mariano Procópio e remávamos no seu lago e comíamos jabuticaba. A cidade tem hoje uma bela Universidade, oferece misses para concursos de beleza e seus moradores ainda se sentem felizes de morar sob o Morro do Imperador.
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