domingo, 7 de junho de 2020

Literatura

“Criação da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora e da Universidade Federal de Juiz de Fora: um recorte na nossa história”

De autoria do médico e professor José Carlos de Castro Barbosa, a obra registra a trajetória da criação da Faculdade de Medicina e sua incorporação à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

José Carlos de Castro Barbosa
O autor mantém sua relação com a Faculdade de Medicina desde o ano de 1953 até sua aposentadoria como professor, em 1988. Além disso, desde 2006, ele participa do Departamento de História da Medicina, da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora, que promove congressos e apresentação de trabalhos.

Faculdade de Medicina (FAMED).
Foi criada em 1952, tendo em seu primeiro vestibular a participaçao de 70 candidatos e iniciou a primeira turma com 25 acadêmicos em 1953 dos quais 18 (17 homens e uma mulher) se formaram em 1958. 
A colação de grau foi no Cine-Theatro Central, tendo o presidente da república da época, Juscelino Kubitscheck de Oliveira (1902/1978), como paraninfo e os formandos José Carlos de Castro Barbosa (orador) e Sagrado David Lamir nos primeiros e segundos lugares, respectivamente.

Histórico 
Em 1898, um grupo de médicos da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora fez a primeira proposta de criação da Faculdade de Medicina, solicitando recursos públicos. Todos os órgãos do Governo que poderiam fornecer os recursos financeiros recusaram a proposta. A razão para a recusa seria que a primeira Faculdade de Medicina de Minas Gerais deveria localizar-se na capital (Belo Horizonte/1911 – Criação da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG). Em 1935, a Faculdade de Medicina foi criada como uma associação civil, sem fins lucrativos. Houve a promessa do Governo do estado de fornecer recursos, o que não ocorreu. Funcionou por dois anos na então Faculdade de Farmácia e Odontologia. As atividades foram interrompidas até a Faculdade ter condições de funcionamento. 

Movimento
Em 1950/1951, houve uma grande movimentação por parte de médicos da cidade e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) para reabertura da Faculdade de Medicina. Com o apoio do então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubistchek de Oliveira (1902/1978), que forneceu recursos para a criação da Faculdade de Medicina, em 1952, seu primeiro vestibular foi realizado em janeiro de 1953. A princípio, foi realizada uma cessão temporária pela Indústria Têxtil Ferreira Guimarães do prédio principal da Faculdade de Medicina, no Morro da Glória, por três anos. O prédio foi adquirido com recursos doados pela Prefeitura de Juiz de Fora. Nesse local, funcionavam as cadeiras básicas (01º e 02º anos, além da Anatomia Patológica e Farmacologia do 03º ano). O curso profissionalizante possuía convênios com outras instituições, como: 
- Santa Casa:
- Clínicas:
- Maternidade Therezinha de Jesus com Ginecologia e Obstetrícia;
- Lactário São José com Puericultura;
- Hospital João Penido com Tisiologia. 

Associação
Entre 1953 e 1960, a Faculdade de Medicina era uma associação civil, sem fins lucrativos. Neste período, aconteceu uma campanha pela federalização das faculdades. Em 1958, Juscelino Kubitschek foi paraninfo da primeira turma a se formar e reafirmou em seu discurso sua promessa de federalização.

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
É de 23 de dezembro de 1960 a lei federal que criou a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) com os seguintes cursos: Medicina, Farmácia e Odontologia, Direito, Engenharia e Economia. 

Reforma Universitária Nacional
Em 1968, aconteceu a Reforma Universitária Nacional para as universidades federais e a criação dos Institutos básicos, e, entre 1968 e 1970, foi construído o campus da UFJF. As cadeiras básicas da medicina foram progressivamente transferidas para o Instituto de Ciências Biológicas (ICB), que durante o período da Ditadura Militar, o objetivo dos institutos básicos foi descentralizar os estudantes para enfraquecer o movimento estudantil. 

Hospital Universitário (HU),
Entre 1968 e 1969, foi criado o Hospital Universitário (HU), funcionando nas dependências da Santa Casa de Misericórdia (antigo Sanatório Dr. Villaça) e em um prédio anexo (antigo prédio do curso de filosofia, em frente à Santa Casa). Com o aumento do número de vagas advindo da reforma universitária, as vagas da Faculdade de Medicina foram ampliadas de 60 para 200; em 1970, o ciclo básico foi transferido para o novo campus da UFJF, abrigando-se no ICB, e o hospital de ensino passou a funcionar no prédio do Bairro Santa Catarina.

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