domingo, 1 de março de 2020

Literatura

"Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro"

Sorte de quem pode ter às mãos um guia — ou seria um cicerone? Ou ainda um flâneur? — como Alvaro Costa e Silva para apresentar um Rio de Janeiro que guarda, embora renovado e inovador, muitos traços de um tempo em que viver na cidade era quase sinônimo de estar a dois passos do que se convencionou imaginar um paraíso. No Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro o autor nos apura os sentidos, todos eles, do visual — impossível não se render às belezas naturais — ao paladar, experimentado, de preferência, nos balcões de tradicionais botequins.

Alvaro Costa e Silva, jornalista também conhecido como Marechal, sabe o que faz e o que diz quando apresenta uma galeria de personagens e de lugares — de Rubem Braga ao Jardim Botânico, de Aldir Blanc ao Arpoador, de Nelson Cavaquinho ao Cemitério das Polacas, em Inhaúma — embebidos numa cidade que nem mesmo os cariocas ditos da gema sabem que (ainda) existe. Que dirão os outros que ainda não sabem que o Rio de Janeiro vai além do Rio das mídias. Um livro — um guia? Uma miscelânea? Um almanaque? — absolutamente de cunho pessoal mas que, ao mesmo tempo, abre espaço para colaborações especiais de ilustres cariocas — Ruy Castro, Alberto Mussa, Luiz Antonio Simas, Gabriel da Muda, entre outros — que listam suas preferências dentro de suas especialidades. Não desembarque no Tom Jobim ou no Santos Dumont sem ele.

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