sábado, 11 de outubro de 2014

Eleições 2014

Brasil, socorro!!!
Hoje, sábado, 11/10, resolvi acompanhar a propaganda eleitoral pelo rádio. Que caos! Os dez minutos do pt foram dedicados a ataques ao candidato tucano e seu partido. O pt tentou justificar o injustificável, explicar, se é que consegue, a roubalheira na Petrobras. Quanto aos ataques ao adversário, afirmar que em Minas, nos últimos doze anos, a imprensa, ou foi chapa branca ou foi silenciada, isso é fato, mas as propostas que o eleitor aguarda, não vieram. Isso, num sinal claro de que o projeto de se perpetuar no poder do pt, está, claramente ameaçado. A candidata da situação falou em imprensa livre num governo que tem como meta controlar a mídia porque não tolera o contraditório.

Já nos dez minutos do psdb, algumas propostas, mesmo que vagas, foram citadas, o fator previdenciário, criado no governo tucano, também foi lembrado, mas sem propostas claras e reais. A necessidade clara e imediata de baixar a maioridade, com punições rigorosas aos bandidos, assaltantes com mão armada, homicidas e latrocidas, planos rodoviários e ferroviários relevantes e concretos, aumento, com responsabilidade social, da fronteira agrícola. Nas vezes em que vejo o candidato do psdb na tv, tão afável e solícito, eu fico a imaginar de que eleição não é santa mas faz milagre. E eu explico: nas algumas, poucas, entrevistas coletivas que o então governador de Minas, concedeu à imprensa aqui em Juiz de Fora, das quais, eu contra a minha vontade participava, mas cumprindo pauta das redações em que eu trabalhava, não se via nada disso.

Nas inserções de 30 segundos da TV, o pt tem usado para atacar a candidatura tucana. Numa delas afirma "Aécio, quem conhece não vota", numa clara referência às derrotas do psdb em Minas, tanto no âmbito estadual, quando, depois de 12 anos no poder, perdeu o governo. Quanto no federal, quando Aécio Neves ficou atrás de Dilma Rousseff (43,48% a 39,75%). Pode ser até uma afirmativa próxima da verdade, por vários fatores. Denuncias, mesmo que tímidas, de perseguição à imprensa, "ordem superiores" para mascarar a violência, omitindo número de mortos, exemplo: "tiroteio na rua, cinco feridos, dois morrem no local, um morre a caminho do hospital, outro morre no hospital e o quinto e último morre em casa, após receber alta, por consequência dos tiros". Na estatística tucana só se contabiliza os dois que morreram no local. Os demais são solenemente ignorados. Quanto a afirmativa "Aécio, quem conhece não vota", não deve ser considerada, já que Minas não decide eleição, contribui mas não decide. Por isso, não é exagero concluir que os demais eleitores não o conhecem, o que valida as primeiras pesquisas de intenção de votos que indicam o candidato do psdb na frente e em franco processo de crescimento. Mas cabe aqui ressaltar que Aécio Neves foi visivelmente prejudicado pelas pesquisas no primeiro turno. Nenhuma delas o apontou próximo dos 30%, mas no pleito, o candidato emplacou 33,55% dos votos válidos.

Já o pt, que se julga "acima do bem e do mal", "raça pura", mas que nos episódios do mensalão e assalto à petrobras, para citar apenas dois, se mostrou igual ou pior que os demais partidos, tem omitido, a sigla partidária na campanha. Na verdade, eu até tenho dúvida se é um partido, ou uma seita, uma facção, ou algo parecido. Em Juiz de Fora, aqui o pt tem várias correntes. Nesta eleição, lançou os dois veredores que possui na câmara, ao cargo de estadual, recebendo ou dois juntos, 30.650 votos. Votação insuficiente para eleger um deputado pelo partido. O eleito com menor votação do pt em Minas recebeu 46.730 votos. Na primeira eleição de Lula, o pt lançou por aqui um vereador candidato a estadual. Ancorado na onda vermelha e com apoio explícito de parte da igreja Católica, o vereador foi eleito. Quatro anos depois, na reeleição de Lula, o deputado estadual se lançou a reeleição, embora tenha tido uma atuação pífia na Assembléia. O pt local, ao invés de unir forças para a reeleição do deputado, lançou candidato um vereador, que era de uma corrente contrária ao então deputado. Resultado: os dois foram derrotados. Embora eu acredito que nessas eleições separadas, os vereadores que lançam candidatura, na verdade, estão fazendo uma campanha antecipada para o próximo pleito.
Um horror!

No projeto dos tucanos de volta ao poder, na avidez de retirar/expulsar os petistas do palácio do Planalto, fez com que o psdb de São Paulo esquecesse que na eleição de 2010 os tucanos mineiros foram acusados de abandonar a campanha "Serra presidente". Exemplo  maior de esquecimento foi a votação do atual candidato no estado paulista(44,22% a 25,82%). Por aqui, quem não se lembra da expressão "dilmasia", numa alusão/junção Anastasia estadual e Dilma federal.

O pleito eleitoral está se encaminhando para o seu final é nós sentimos, claramente, a falta de estadistas, de pessoas, candidatos (as), compromissados com o bem comum, com o coletivo. Isso nos faz ter saudades de estadista no âmbito nacional, do nível de Juscelino Kubitschek (1902-1976), Itamar Franco (1930-2011), Miguel Arraes (1916-2005), Mário Covas (1930-2001), Darcy Ribeiro (1922-1997). No estadual, Israel Pinheiro (1896-1973), Aureliano Chaves (1929-2003), Rondon Pacheco, em Minas; Negrão de Lima (1901-1981), Chagas Freitas (1914-1991), no Rio e no âmbito local, Mello Reis em Juiz de Fora, Luiz Teixeira, em Palma-MG, José Teixeira, em Recreio-MG, Abel Malafaia, em Pádua-RJ, Zezé Barbosa (1930-2011), em Campos-RJ, Roberto Silveira (1923-1961), em Niterói-RJ, e muitos outros.

Tivemos nessas eleições candidatos homofóbicos, demagogos, defensores da "erva do mal", patricinha, mas estadistas mesmo...

Porque dessa falta de estadistas?
Há quem afirme de que é ainda um resquício da ditadura militar, que assolou o país, à partir de 1964, dos terríveis anos de chumbo. Na sua implacável "caça aos comunistas", cujo maior defeito, ou perigo para a sociedade na visão deles, "comunistas comiam criancinhas", os ditadores aniquilaram, dizimaram muitas cabeças pensantes, futuros dirigentes, estadistas, com visão e projeto de futuro. O que vemos hoje são politiqueiros, com suas politicagens, com raríssimas e honrosas exceções, pensando sempre, nas próximas eleições, e raramente, nas próximas gerações.
Brasil, socorro!!!

2 comentários:

Carlos Ferreira disse...


Estadistas:
Pessoa que revela grande tirocínio, grande habilidade e discernimento no que diz respeito às questões políticas, à administração do Estado; homem de Estado, de coletivo, pessoa versada nos princípios ou na arte de governar, envolvida em conduzir os negócios de um governo e em moldar a sua política; ou ainda pessoa que exerce liderança política com sabedoria e sem limitações partidárias.

Abstinência:
Ato de se privar de alguma coisa, em prol de algum objetivo, por exemplo, abstinência de um alimento por uma razão religiosa, como a abstinência de carne.
Decisão, muitas vezes forçada, que faz com que o indivíduo não faça mais algo, como beber, fumar ou consumir drogas. Abstinência é muito ligado a substâncias tóxicas, como o alcoolismo ou drogas. Existem outros tipos de abstinências, como a abstinência alimentar, abstinência disciplinar, abstinência sexual etc.

Obs: Eu mesmo querendo votar, a rigor, lutei pelas diretas-já, não vejo motivos, causas suficientes.

Carlos Ferreira disse...

Falta com a verdade o candidato tucano quando afirma que os programas sociais começaram no governo FHC, com o bolsa escola. Na verdade começaram no governo Itamar Franco, com o sociólogo Herbert de Souza (Betinho), dentro da "Política Nacional de Segurança Alimentar", com a " Comissão Especial de Combate à Fome". Estudos da época indicavam que cerca de 32 milhões de pessoas passavam fome no Brasil. A esse projeto se juntou Dom Mauro Morelli, bispo da Diocese de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Mas os tucanos são assim mesmo, tomam para si a paternidade do plano real, mas na verdade, foi implantado no governo Itamar Franco. Plano esse que domou o dragão da inflação e que elegeu Fernando Henrique Cardoso presidente. Cabe aqui ressaltar que o plano real, que o atual governo está destruindo, permitindo a volta da inflação, foi ferozmente combatido pelos petista. Quando levado à Câmara, os petistas votaram contra. Não queriam o controle da inflação, já que seria uma bandeira de campanha, com a qual esperavam eleger Lula sucessor de Itamar. Com a inflação sob controle, o plano petista naufragou. A fartura dos palácios incomodava Itamar que afirmava "enquanto nós estamos aqui com essa fartura toda, lá fora, um em cada cinco brasileiros não tem o que comer".