sexta-feira, 15 de novembro de 2013

15 de novembro

Pouso Alegre Futebol Clube – 100 anos: do amador à elite do futebol mineiro
15 de novembro de 1913, nesse dia nascia o Dragão das Alterosas, nascia o Pouso Alegre Foot Ball Club, que posteriormente viria a se chamar Pouso Alegre Futebol Clube. 100 anos depois, o clube fundado por um grupo de amigos apaixonados pelo esporte se encontra inativo, longe dos gramados há quatro temporadas.

Uma dura e triste realidade para o único clube de Pouso Alegre que chegou a elite do futebol mineiro e deu muitas alegrias aos seus torcedores. Torcedores que hoje vivem apenas das lembranças e da esperança de que um dia o Dragão das Alterosas renasça e volte a brilhar nos gramados de Minas Gerais.

Mas, de quem é a culpa? Por que chegou a esse ponto? Quando vai voltar? Como vai voltar? Perguntas difíceis de serem respondidas. Ainda mais quando se tem na presidência do clube pessoas que não se importam com os torcedores. Pessoas essas, ao que parece, não demonstram o mínimo de interesse em ver o time entrando em campo novamente.

Mas, por que não passar o comando do time para outras pessoas? Existem pessoas capacitadas na cidade, grupos interessados em fazer o Pouso Alegre Futebol Clube reviver seus grandes momentos. Ah, como era bom ir na LEMA ver o Dragão das Alterosas enfrentar o Atlético Mineiro, o Cruzeiro, o América, os grandes de Minas Gerais.

Aliás, hoje a LEMA, o estádio da Comendador José Garcia, não pode receber mais jogos oficiais. Primeiro por não ter a mínima condição para tal, segundo pela proximidade com o hospital. E está aí, a oportunidade para o Pouso Alegre Futebol Clube voltar a jogar. Por que não permutar junto ao governo estadual e municipal, a LEMA por um centro de treinamento?

Todos sairiam ganhando com essa troca. A população em geral, poderia ter um hospital maior, enquanto o Dragão das Alterosas um centro de treinamento, um estádio como o Manduzão, para mandar seus jogos, para buscar novas receitas, para conseguir andar com as próprias pernas novamente.

As soluções estão aí. Nosso país vive um momento especial. Copa do Mundo, todos estão de olho no Brasil. E o reflexo disso podemos ver em nossa cidade, que cresce a cada dia. Novas fábricas, novas empresas, novas oportunidades de firmar parcerias. Pronto, está aí diretoria. Se não quer fazer, se não sabe fazer, deixa alguém que saiba fazer.
FONTE: http://esportepousoalegre.net/2013/

Um comentário:

Carlos Ferreira disse...


25 de março de 1990: o dia que o PAFC calou o Mineirão
por Carlos Manoel*
Era um domingo de sol em Pouso Alegre. Naquele 25 de março de 1990 a cidade, que tinha aproximadamente 100 mil habitantes, estava apreensiva. Esse sentimento podia ser visto em todos os pousoalegrenses apaixonados por futebol. Ninguém queria saber de outro assunto, se não o Pouso Alegre Futebol Clube, que naquela tarde enfrentaria a tradicional equipe do Atlético, em Belo Horizonte.

A partida entre “Davi e Golias” poderia ser considerada apenas mais uma. O time do Sul de Minas estava em seu segundo ano na elite do futebol mineiro, mas as circunstâncias que envolviam aquele jogo faziam dele, um duelo especial, principalmente para o Galo. Naquele dia, o Atlético completava 82 anos de história e o Dragão não foi um mero convidado para a festa atleticana, marcada no Estádio do Mineirão.

A partida entre Galo e Dragão era válida pela 15ª rodada do Campeonato Mineiro. O Atlético estava próximo de vencer o primeiro turno do campeonato e precisava da vitória para se manter na liderança. Já o Dragão vinha fazendo uma campanha regular, mantendo-se entre os 10 melhores na tabela de classificação, muito até para um time do interior, que contava com uma pequena estrutura e com pouco apoio.

E para piorar a situação dos visitantes, o Pouso Alegre FC vinha de uma derrota em casa para a Caldense, por 2 a 1. Enquanto isso, o time da capital tinha ganhado sua partida anterior sobre o Esportivo de Passos, por 2 a 1, e de virada. Portanto, o jogo do dia 25 de março de 1990 era entre a confiança e a dúvida, o Galo e o Dragão, o Atlético e o Pouso Alegre Futebol Clube. E prova disso, era o que a imprensa belo-horizontina apresentava:

O Atlético entrou no gramado do Mineirão prometendo uma grande vitória sobre o Pouso Alegre Futebol Clube, que não almejava muito, um simples empate estava de bom tamanho para os rubro-negros. Antes de a bola rolar, o Galo promoveu um desfile comemorativo com vários segmentos do clube, uma partida preliminar entre garotos da base e até pousos de pára-quedistas no Mineirão. Tudo isso fazia parte da festa.

Com Márcio Resende de Freitas no apito e 7.359 torcedores nas arquibancadas, o Galo fez 1 x 0, com Gérson, logo aos 4 minutos. Galo na frente. E a pressão seguia. Paulo César se desdobrava para segurar o ataque do Atlético. Éder Aleixo era o que mais levava perigo. E foi nesse momento que uma máxima do futebol entrou em cena: “quem não faz, leva”. Após tomar vários sustos, o Dragão organizou sua marcação e seu meio de campo, e com velozes trocas de passes, aproximou-se do gol atleticano.

E foi em um lance rápido, que Heleno empatou a partida. O atacante do Pouso Alegre aproveitou a oportunidade que teve e anotou o seu gol. Com o placar novamente em igualdade, os times passaram a cadenciar a partida para levar o resultado para o intervalo. Como precisava da vitória para manter-se na ponta do Campeonato Mineiro, o Atlético voltou com tudo na segunda etapa.

Fechado, o Dragão segurava de todas as maneiras o forte time do Galo. Paulo da Pinta, César e Zigomar faziam de tudo para impedir as jogadas dos atacantes do Atlético. Quando não conseguiam, Paulo César estava lá, sob as traves.

O atacante do Carlão, sempre que tocava na bola levava perigo ao time do Atlético. E aquela tarde tinha que ser de Carlão. O camisa 9 do Pouso Alegre insistia, acreditava e buscava sempre o jogo. E foi através de sua persistência que os pousoalegrenses viraram o duelo. Aos 35 minutos da etapa final, em um contra-ataque Carlão marcou o segundo gol do Dragão: 2 a 1.

Depois do apito final, os jogadores do Pouso Alegre Futebol Clube comemoraram a vitória como poucos. José Maria Pena, técnico do Dragão, foi abraçado por todos os jogadores. Carlão era um dos mais exultantes assim como Paulo César, e fizeram por merecer. O esforço para superar o Atlético e todo o favoritismo que cercava os donos da casa foi grande e a vitória colocou o Dragão de vez na história do futebol mineiro e na memória de toda torcida pousoalegrense.
*Carlos Manoel é jornalista