domingo, 19 de maio de 2013

Futebol

O VASCO E ACUSAÇÕES DE O RACISMO NO FUTEBOL CARIOCA EM 1923.

01) O Vasco da Gama (e os vascaínos) repetem à exaustão que foram campeões cariocas da segunda divisão em 1922, ganhando o direito de disputarem a primeira divisão em 1923, tendo se sagrado campeões cariocas neste ano e seus jogadores pobres e/ou negros, tendo sofrido perseguição por parte da Liga Carioca, pelo motivo se serem pobres e negros.

02) O Vasco da Gama nunca foi campeão de divisão inferior carioca nenhuma, tendo chegado a disputar a primeira divisão em 1923, através de um aumento constante do número de participantes das divisões imediatamente acima :

03) Não foi por racismo a perseguição aos jogadores do Vasco, mas sim porque os seus falsos amadores, numa época em que o futebol era amador, com os jogadores dos outros clubes trabalhando no horário comercial, enquanto os jogadores do Vasco treinavam para terem vantagem técnica, tática, mas acima de tudo, física nos jogos, ganhando a maioria das partidas no segundo tempo, quando os atletas dos outros clubes cansavam, com os vascaínos alistando-os como empregados de firmas de empresários portugueses, que os pagavam para corrrem por eles enquanto os portugueses, que introduziram a escravidão no Brasil, ganhavam dinheiro em seus negócios, pos os jogadores dos outros clubes em geral eram sócios e/ou simpatizantes dos mesmos, alistando-se por amor (e não por dinheiro) aos clubes que defendiam, e tendo o mal comportamento dos atletas vascaínos sido provado pela Liga, esta pediu o banimento dos falsos profissionais do time do Vasco.

B) Nunca houve racismo como manifestação coletiva no futebol carioca, mas sim elitismo e amadorismo em seus primórdios.

  - O Bangu, time de fábrica, foi o primeiro clube carioca a aceitar negros e pobres em seus times, mas isso aparentemente se deu mais por falta de britânicos para recompor o seu time (ver livro indicado acima), do que por idealismo dos britânicos, dirigentes da fábrica. A Ponte Preta já tinha em 1900 um jogador negro em seus quadros, assim como o América-MG, talvez tenha sido o primeiro clube brasileiro a ter um jogador negro campeão em seu elenco, todos muito antes dos jogadores do Vasco.

  - No início do século XX quando bem mais de 90% da população brasileira era analfabeta, os jogadores do Fluminense eram homens letrados, de altíssima renda para os padrões da época e que se comunicavam em inglês nos gramados e eventos sociais, sendo o futebol um elemento marcante da cultura inglesa, país de onde muitos deles tiveram as suas origens étnicas ou estudantis, havendo um desnível incomensurável entre eles e a grande maioria da população de então, algo difícil de se avaliar nos dias de hoje, quando o analfabetismo é destino triste de uma minoria e os meios de comunicação alcançam a quase todos os habitantes do mundo. Avaliar a falta de homens negros entre os sócios dos grandes clubes de futebol da zona sul de então como racismo, é prova de extrema ignorância ou de má fé, algo que ninguém faz abertamente com os clubes e instituições mais exclusivos por exigirem alta renda nos dias de hoje, onde os negros ainda são minoria, se não inexistentes em certos quadros, o que não acontece com aqueles negros que tem situação financeira e intelectual semelhantes aos outros sócios, pois não é a côr da pele que define esses relacionamentos.

   - O Fluminense já tinha jogador negro em seu time em 1914, Carlos Alberto, que sofreu perseguição por conta de eventualmente ter passado pó-de-arroz no rosto, pela torcida do America, seu ex-clube, para onde Carlos Alberto tinha debandado com cerca de setenta outros sócios e atletas americanos, como Marcos Carneiro de Mendonça. A torcida do America, que já o conhecia, certamente mostrou o seu rancor contra um dos dissidentes rubros, em um momento político anterior extremamente conturbado no clube de Campos Salles. Em 1946, quando a maioria dos clubes do mundo ainda nem sonhavam em ter um treinador negro, o Fluminense tinha em Gentil Cardoso, o seu treinador, um negro no comando.

  - A presença do Vasco nos gramados cariocas em 1923 e daí por diante, com o seu falso amadorismo, inspirou outros clubes a seguirem esse caminho e acabou por apressar a instalação do profissionalismo do futebol brasileiro em 1933, movimento esse liderado pelo Fluminense, que preferiu colocar em prática o que diversos clubes já faziam às escondidas.

C) Essa história absurda do racismo no futebol carioca como manifestação coletiva, que aparentemente existiu mesmo em alguns outros estados nas primeiras décadas do século XX, divulgada nos dias de hoje, ajuda a estimular a violência nos campos de futebol, ao dar argumentos para que espíritos frágeis e desequilibrados possam olhar para o torcedor de outro clube, no caso específico desta estorinha do Vasco, para todos os outros clubes que faziam parte da Liga Carioca de então, como inimigos, algo que todo o cidadão de bem deve lutar para acabar, pois como foi escrito em faixa da torcida do Fluminense para o jogador Grafite, há alguns anos atrás, "A ALMA NÃO TEM CÔR". O resto, é estorinha, e pode ter sérias consequências.
Colaboração: Alexandre Magno Barreto Berwanger

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