quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fluminense F.C.

Preguinho, um mito tricolor

Mais do que um ser humano, mais do que um atleta, João Coelho Netto, ou melhor, Preguinho, é uma lenda. Trata-se de um ícone do Fluminense Football Club, e não apenas do futebol. É simplesmente o maior atleta da história do nosso clube.

Antes de mais nada, Preguinho vem de uma família cuja história se confunde com a própria história do Fluminense. Filho do escritor Coelho Netto e irmão, entre outros, de Emmanuel Coelho Netto, o Mano, e de Paulo Coelho Netto. O primeiro, ponta direita do time tricampeão de 1917, 1918 e 1919, falecido em 1922 em decorrência de complicações oriundas de uma contusão ocorrida nos gramados, defendendo o Fluminense. O segundo, historiador oficial do Fluminense, que, entre outras obras, esmiuçou de forma completíssima a trajetória do clube no período compreendido entra 1902 e 1968, nos dois volumes do livro “História do Fluminense”.

Preguinho cresceu dentro do clube. É um grande símbolo da era romântica do esporte. Não há paralelo para sua trajetória desportiva, ou se há, desconhecemos. No futebol, Preguinho atuou 174 vezes pelo time principal do Fluminense entre 1925 e 1938, marcando 128 gols. Há ainda o registro de pelo menos mais 48 gols pelo time de amadores do clube. Explica-se: com o advento do profissionalismo em 1933, foi criada uma categoria de amadores, com campeonato próprio, para os atletas que, assim como Preguinho, recusavam-se a receber salários. Para Preguinho, não fazia sentido ser pago para defender o clube que amava. Nunca se furtou em ajudar o time profissional nas ocasiões em que foi chamado a partir de então, mas sempre com a condição de não receber nenhum tostão.

Além de ser atleta de futebol, Preguinho praticou outras oito modalidades esportivas pelo tricolor: atletismo, basquete, hóquei sobre patins, natação, pólo aquático, remo, saltos ornamentais e voleibol. Conquistou 387 medalhas, a maioria de ouro, e 55 títulos com nossa camisa. Entre seus feitos, consta que, em 1925, após conquistar uma prova de natação, tomou um táxi às pressas rumo às Laranjeiras, a tempo de participar da decisão do Torneio Início de futebol (e vencê-la).

Como se não bastasse, Preguinho defendeu ainda por diversas vezes a Seleção Brasileira, e teve a honra de ser o autor do primeiro gol brasileiro em Copas do Mundo, em 1930, no Uruguai.

Preguinho faleceu no dia 11 de outubro de 1979, deixando um legado desportivo inigualável. 
Colaberação: Alexandre Berwanger

 

 

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