quarta-feira, 18 de julho de 2012

"Homem Voa?"

por Adriana Focas
Paris, 23 de outubro de 1906. Às 16h, Santos-Dumont acomodou-se no 14 Bis e sinalizou ao público para que se afastasse. Motores funcionando, hélice girando, as rodas de bicicleta do pequeno avião começaram a se mover.

“… as duas rodas deixam de tocar o chão e o aeroplano começa a se erguer a dez centímetros, depois a 20, 30, meio metro, um metro, dois metros… e, com efeito, voa. Sua elegante silhueta, toda branca, descreve um gracioso arco à esquerda e desce, tocando suavemente o solo”, documentou um jornal parisiense da época.

A multidão ficou tão empolgada com o que acabara de ver que rodeou o avião e seu piloto, antes mesmo de o aparelho parar de se movimentar totalmente.

O menino que havia crescido mergulhado na literatura fantástica de Júlio Verne e que tinha a convicção de que um dia conseguiria realizar um dos maiores sonhos do homem, dava início a uma nova etapa da História.

O espetáculo foi baseado no livro de quadrinhos "Santô e os Pais da Aviação" de João Spacca e recebeu os prêmios: Funarte Myriam Muniz e Cena Minas. Além desses, concorreu ao Troféu HQ Mix de melhor roteiro adaptado. Em junho de 2011 foi indicado a 9 categorias do prêmio Sinparc Usiminas, onde recebeu os prêmios de melhor espetáculo, melhor direção e melhor iluminação.

Com bonecos de manipulação direta, teatro de sombras e trilha sonora composta por Clayton Barros exclusivamente para o espetáculo, a montagem apresenta a vida do gênio e seus inventos desde a infância até a vida adulta na Paris da Belle Epoque - período marcado por grandes conquistas tecnológicas.

Após pesquisar várias biografias de Santos Dumont, ficamos fascinados com sua história e com o desafio de adaptá-la ao teatro de formas animadas.

Por essa razão, resolvemos homenageá-lo com essa montagem para divulgar o menino sonhador fascinado pelas histórias de Júlio Verne, o homem obstinado pelo sonho de voar, o gênio que perseguiu e conquistou os ares estreitando as distâncias entre os povos.

Catibrum Teatro de Bonecos
A Catibrum Teatro de Bonecos foi fundada em 1991 com a proposta de pesquisar as manifestações da cultura popular brasileira e divulgá-las através dos títeres.

Sediada em Belo Horizonte, a Cia realiza montagens originais de espetáculos de teatro de formas animadas, oferece oficinas de confecção e manipulação de bonecos e coloca à disposição do público um amplo acervo de livros, vídeos e títeres de vários países.

Além dessas atividades, o grupo realiza o Festival Internacional de Teatro de Bonecos em Belo Horizonte com a responsabilidade de apresentar as mais variadas e inovadoras técnicas do teatro de animação. Com esta iniciativa, que ultrapassa fronteiras, impulsiona o surgimento de grupos, a formação de jovens artistas e estimula o gosto pela produção de qualidade, com critérios estéticos. O evento, considerado o maior da América Latina, este ano completou 12 edições realizadas anualmente com os mais relevantes participantes do Brasil e do exterior.

Graças ao prazer de dar vida ao inanimado e ao interesse em revelar a personalidade espirituosa de cada uma de suas criações, a Catibrum em comemoração a seus 20 anos realiza uma série de apresentações pelo país cativando público cada vez mais heterogêneo e reconhecimento da crítica.

Fazem parte da Catibrum: Lelo Silva, Adriana Focas, Amaury Borges, Eduardo Santos, Tim Santos, Admar Fernandes, Patrícia Lanari, Daniela Perucci, Luciana Gomes e Regina Gontijo.

Serviço
Espetáculo: Homem Voa?
Data e horário: Domingo, 22 de julho às 16h
Local: Teatro Solar (Avenida Presidente Itamar Franco)
Faixa etária recomendada: Livre
Fonte: www.catibrum.com.br/

Um comentário:

Carlos Ferreira disse...

Alberto Santos Dumont nasceu no sítio Cabangu, em Palmyra-MG (hoje, Santos Dumont "TERRA DO PAI DA AVIAÇÃO") em 20 de julho de 1873 e morreu no Guarujá-SP, em 23 de julho de 1932. Filho do Engenheiro Henrique Dumont (filho de franceses) e Francisca (uma portuguesa que morava em Minas Gerais). Alberto era o sexto filho de um total de nove do casal Dumont. São eles: Henrique, Maria, Rosalina, Virgínia, Luiz, Gabriela, Alberto, Sofia e Francisca.
O nascimento de Alberto Santos Dumont foi marcado pelo espírito de aventura, que caracterizou toda sua vida. Seu pai, corajoso engenheiro, empreitou em 1872 a construção do trecho da Estrada de Ferro D. Pedro II entre as localidades de João Gomes (posteriormente Palmyra e hoje Santos Dumont) e João Aires. Foi para melhor realizar seu trabalho que levou a família para uma casa no canteiro de obras, local de nome "Cabangu" onde nasceu o sexto filho que se chamou Alberto (em 1873).
A permanência da família no Cabangu foi relativamente curta; em 1875, terminado o contrato de Henrique Dumont com a ferrovia, a residência foi transferida para Valença-RJ e posteriormente para a fazenda Arindeúva em Ribeirão Preto-SP (hoje, cidade de Dumont), onde se dedicou à plantação de café.
Alberto Santos Dumont mostrou-se desde cedo herdeiro do senso prático e da inteligência brilhante de seu pai. Alberto, o inventor do avião e do relógio de pulso, morou em Petrópolis-RJ e Paris.