quarta-feira, 11 de abril de 2012

Literatura

"História da Televisão no Brasil: do início aos dias de hoje"
A obra, publicada pela Editora Contexto, de São Paulo, tem participação de 15 diferentes autores das áreas de Antropologia, Comunicação, História e Sociologia e foi organizado pela professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana Paula Goulart Ribeiro, pelo professor do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Marco Roxo, e pelo doutorando em Comunicação e Cultura pela UFRJ e professor da Especialização em Comunicação e Saúde da Fiocruz, Igor Sacramento. Igor revela que os artigos contam a história da televisão brasileira como um todo: seus processos, práticas, produções e lógicas, ao longo de 60 anos.

A professora da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Cristina Brandão publicou um artigo sobre teleteatro no livro.

Cristina conta que os artigos são divididos em períodos que retratam desde o início da TV no país até os dias atuais. O conteúdo histórico começa nos anos 50, evoluindo a cada década. Sua publicação está inserida no contexto dos anos 50, com o artigo “As primeiras produções teleficcionais”, que apresenta o teleteatro – principal gênero dramático dessa década na TV.

O gênero deixou de ser apresentado em 1967. Cristina revela que as mais famosas apresentações eram adaptações dos textos da dramaturgia universal, com peças de Luigi Pirandello, Nelson Rodrigues, Fiódor Dostoievski, dentre outros. Ela relembra de alguns programas da época, como “O Grande Teatro Tupi do Rio de Janeiro”, “TV de Vanguarda”, “TV de Comédia” e “Câmera 1”, todos produções regionais.

Os teleteatros eram programas especiais que davam grande prestígio aos canais. A pesquisadora ressalta que a TV nasceu com uma índole cultural e artística e tinha a intenção de colocar no ar programas para o público de elite. Grandes atores do teatro brasileiro passaram pelos teleteatros, tais como Procópio Ferreira, Cacilda Becker, Sérgio Britto, Ítalo Rossi, Fernanda Montenegro, Nathália Timberg, dentre outros.

Novelas no contexto dos teleteatros As novelas coexistiam com os teleteatros da época, mas eram consideradas como um gênero menor, “menos ambicioso”, revela Cristina. “As novelas iam ao ar apenas três vezes por semana: segundas, quartas e sextas-feiras, e ficavam, no máximo, dois meses em exibição. Não existia uma programação fixa, por isso era considerada um gênero menor que o teleteatro.” A novela se valoriza a partir da década de 60 no Brasil, mantendo seu prestígio até hoje.

A primeira telenovela foi ao ar pela TV Excelsior. “2-5499 ocupado”, do escritor argentino Alberto Migre, trouxe o casal Tarcísio Meira e Glória Menezes para as telas da TV. Só em 1963 é que o veículo apresenta a telenovela diária.

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