quarta-feira, 21 de março de 2012

21 de março


Portador de síndrome de down vive mais, porém com poucas oportunidades sociais
Em três décadas, pessoas com síndrome de Down tiveram a expectativa de vida ampliada em 40 anos. Contudo, maior longevidade não foi acompanhada por oportunidades sociais
As pessoas com síndrome de Down já foram tratadas como eternas crianças. Se no século passado tinham sobrevida de 30 anos, atualmente podem viver até os 70, segundo o maior especialista da síndrome do país, o médico geneticista Zan Mustacchi. No Dia Internacional da Síndrome de Down, a boa notícia vem acompanhada de uma preocupação: garantir a essas pessoas uma ocupação e até uma aposentadoria digna.

Palavra de especialista

Zan Mustacchi (médico geneticista)

No século passado, mais precisamente até à década de 1980, as pessoas com síndrome de Down tinham sobrevida de 20, 30 anos. Hoje, a expectativa de vida é de 60, 70 anos. A primeira coisa que mudou foi a exigência dos pais, que passaram a obrigar os médicos que cuidavam dos irmãos de Down a aplicarem os mesmos conhecimentos em ambos. Antes, as pessoas com Down nem mesmo tinham indicação de tomar as vacinas, pois havia o mito de que iriam morrer cedo. Outra questão que melhorou é que as pessoas com Down nascem com cardiopatia congênita e 50% têm indicação de cirurgia cardíaca, mas eles eram os últimos a ser operados e ainda assim, quando havia vagas disponíveis. Hoje, antes dos seis meses, todos eles operam. Também a alimentação melhorou. É sabido que as pessoas com a trissomia do cromossomo 21 têm uma imaturidade hepática e, para elas, é necessária uma nutrição com mais proteína de peixe e menos carne vermelha, além da ingestão de produtos da horta, sem agrotóxicos. Aos meus pacientes, recomendo ainda ser infiel às marcas da indústria, evitando consumir os mesmos corantes e conservantes a vida toda. Ao mudar as marcas, variam os conservantes ingeridos. Por fim, a imunização, alimentação e a cirurgia cardíaca repercutiram em melhor qualidade de desenvolvimento das pessoas com síndrome de Down, mas ainda falta oferecer oportunidades sociais. Essa é a palavra-chave para um futuro melhor.

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